Turismo Titulo Equador
The Route Maker desembarca em Galápagos
Felipe Gamba e Ana Moreno
23/08/2012 | 07:16
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Estávamos muito animados para ir a Galápagos. O voo saiu de Quito, fez escala em Guayaquil e em seguida pousaria no arquipélago. Todo o trajeto durou quase três horas, até o comandante dizer "tripulação, preparar para o pouso" e, em seguida, pedir para que apreciássemos a vista. Depois de algum tempo, percebemos que estávamos dando voltas demais sobre as ilhas e o avião, que já estava baixo, começou a subir novamente. O piloto avisou que uma chuva inesperada estava dificultando o pouso e que retornaríamos para Guayaquil. A companhia aérea encaminhou todos para um hotel e na manhã seguinte nos acomodou em um novo voo, que dessa vez pousou com sucesso.

O arquipélago de Galápagos está situado no Oceano Pacífico, aproximadamente 1.000 quilômetros a Oeste da costa do Equador, e é formado por um grupo de 58 ilhas, das quais apenas quatro são habitadas: Santa Cruz, Floreana, Isabela e San Cristobal. A ilha de Santa Cruz é a mais povoada (cerca de 20 mil habitantes) e possui maior estrutura turística. Por esses motivos, é a mais procurada por viajantes.

As ilhas apresentam uma biodiversidade incrível e são hábitat de fauna e flora peculiares, com muitas espécies endêmicas. Por isso, Galápagos tornou-se sinônimo de vida no meio do oceano e é, desde a visita de Charles Darwin, o principal laboratório vivo de biologia do mundo.

O que motiva viajantes das mais variadas nacionalidades a conhecer Galápagos é a possibilidade de chegar bem próximo de animais como leões-marinhos, tartarugas gigantes, pinguins, iguanas e uma grande diversidade de aves.

Para mergulhadores, as ilhas são ainda mais encantadoras, uma vez que é possível encontrar inúmeros animais nas águas preservadas deste parque nacional, como diferentes espécies de tubarões, entre elas o martelo, o baleia e o de galápagos.

Para explorar o arquipélago, o turista pode ficar sediado em qualquer uma das ilhas citadas e realizar passeios que duram o dia todo para conhecer as demais. Outra opção são os barcos de expedições, que dividem-se em duas categorias: os de exploração terrestre e os de mergulho, que chegam a pontos mais distantes.

Depois de uma lei que decretou a divisão do Parque Nacional e da Reserva Marinha de Galápagos, os operadores terrestres ficaram proibidos de explorar as maravilhas subaquáticas e vice-versa. Ou seja, aqueles que optam por um cruzeiro de expedição terrestre não podem fazer mergulho com cilindro e aqueles que optam pelo cruzeiro de mergulho não podem explorar a parte terrestre das ilhas. Por isso, não existe uma única forma de visitar Galápagos, e sim, a melhor maneira de conhecer as ilhas de acordo com o perfil de cada viajante.

Felizmente, tivemos muitos momentos inesquecíveis durante a nossa estadia em Galápagos. Onde mais poderíamos ser atropelados por um pelicano? Ou poderíamos ver um leão-marinho roubar os peixes frescos de um pescador em um ato milimetricamente calculado.

 

MEIO AMBIENTE

O turismo é uma das indústrias que mais crescem no mundo e um dos objetivos de nossa viagem é identificar questões sociais e ambientais que possam estar interferindo, positiva ou negativamente, no desenvolvimento sustentável de cada região. Em Galápagos, não poderia ser diferente. O turismo cresceu muito nos últimos 30 anos e, atualmente, passam pelas ilhas mais de 160 mil visitantes por ano. Preocupados com o crescente número, há dez anos a empresa Metropolitan-Touring, o Parque Nacional Galápagos e o município de Santa Cruz criaram a Fundação Galápagos, instituição com objetivos sociais e ambientais que vem colaborando, e muito, para o desenvolvimento sustentável das ilhas.

A entidade processa cerca de 50 toneladas de material reciclado por mês e outras 50 toneladas de material orgânico destinado a usinas de compostagem. Além disso, vem conscientizando e educando os moradores locais com relação à atitude ambiental que devem ter para que este paraíso mantenha-se preservado. Todo o lixo produzido nas ilhas é separado em três tipos: orgânico, reciclável e não reciclável.

O material recolhido é trabalhado e levado a cada três semanas para o continente em um navio cargueiro da própria Metropolitan. Grande parte de materiais como vidro, plástico e papelão é reciclada na própria Santa Cruz e aproveitada para a produção dos ladrilhos utilizados em todas as ruas da ilha.

Além de todo o lixo produzido, o arquipélago é afetado por dejetos trazidos pelas correntes marítimas. Cientistas afirmam que, se juntarmos toda a sujeira encontrada no Oceano Pacífico, teríamos uma ilha de lixo equivalente a duas vezes o tamanho do Estado do Texas, nos Estados Unidos. Desde 1999, a Fundação Galápagos realiza viagens chamadas de Coastal Cleaning, onde um grupo de voluntários passa por todas as ilhas do arquipélago recolhendo lixo. Os números são alarmantes: mais de 95 mil quilos já foram retirados da natureza desde o início do projeto.

A Fundação Galápagos também possui outras ações, como a Children Education (Educação para Crianças), o Solid Waste Management (Gerenciamento de dejetos sólidos) e a Burnt Oils Removal (remoção de óleo queimado), todas voltadas à educação e conscientização ambiental nas Ilhas Galápagos, o que torna a instituição um exemplo a ser seguido em todas as partes do mundo.

 

* Felipe Gamba e Ana Moreno, do projeto The Route Maker, que prevê visitas a 50 países em 540 dias.




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