Turismo Titulo Mochilão
Livre no Velho Mundo

Descubra prazer de desbravar os mais belos recantos da
Europa por conta própria, seja sozinho ou acompanhado

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
23/08/2012 | 07:13
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Desbravar novas terras, ter a liberdade de poder tomar decisões durante o trajeto, sonhar com os lugares em que podemos ir e imaginar como chegar a eles, experimentar sabores e viver experiências incríveis são coisas que uma viagem de mochilão, e apenas ela, pode proporcionar.

Conhecer outra cultura e arranhar ou desfilar sem medo uma língua que não seja a nossa são aprendizados que as universidades não ensinam, apenas as viagens. Seja na América do Sul ou em outros continentes.

O mais importante é saber que para viajar não há limite de idade. Seja lá qual for a sua, se houver vontade já é um bom caminho andado. E se a falta de companhia é o que lhe impede de arrumar as tralhas e cair no mundo, desista dessa desculpa. É o melhor momento para você se conhecer de fato.

Eu achava que a falta de dinheiro seria empecilho. Mas depois descobri - com o auxílio de um guia de viagem e diversas pesquisas - que seria possível deixar que meus olhos vissem diversas novidades e o melhor: sem esbanjar muitas cédulas. Tempo também se arruma. Mesmo que a viagem leve meses para se concretizar, o mais importante é começar a se programar.

A minha ideia de viajar começou com a vontade de matar a saudade de dez anos de um grande amigo que vive na França, além da necessidade de respirar outros ares. Mas o mais importante era saber como é e onde fica um lugarzinho chamado Varzo, no Norte da Itália - onde minha mãe e meu avô nasceram. Meus avós sempre falaram de lá. Passei anos vendo a foto do vilarejo na parede. E, já que eles não haviam mais voltado desde que vieram ao Brasil após a Segunda Grande Guerra, decidi ir lá, conhecer minhas origens e acabar com essa vontade que tomava conta de mim.

A partir daí, peguei uma folha de papel com o mapa da Europa e fiz diversos rabiscos. Li um guia que me fascinava a cada página virada, esbocei meu roteiro ao menos seis vezes até decidir pelo final - que acabei mudando durante a viagem - e fui embora.

PARIS À LA VONTÉ

Planejar os lugares a serem percorridos com antecedência barateia os custos da viagem. E hoje é possível decidir e reservar tudo por conta própria com dicas de amigos, pesquisa e um guia de viagens em mão. A aventura começa aqui no Brasil, com esse planejamento.

A casa de algum amigo que more em outro País - meu caso - é um excelente ponto de partida, ou melhor, de chegada. Foi a partir daí que decidi que Paris, a capital da França, seria um bom começo para os 25 dias que ficaria caminhando pelo Velho Continente. Passagem de ida e volta comprada (R$ 2.000, em média) e roteiro traçado, era a hora de pesquisar lugares para dormir ao longo das paradas. No total foram quatro países e oito cidades com custo de pouco mais de R$ 6.000.

Paris, conhecida como Cidade Luz, é encantadora e um paraíso a ser descoberto. De vida cultural intensa e opções gastronômicas para todos os bolsos, a cidade que respira história é cortada pela Rio Senna - ou La Seine, em francês.

Caminhar por suas ruas é a melhor maneira de conhecê-la. Paris é local de inúmeros cartões-postais, e por mais que você já tenha visto alguns em fotos ou filmes, é indispensável apreciar a vista da cidade do alto da Torre Eiffel - separe 14 euros (R$ 35) - ou o Arco do Triunfo com os próprios olhos.

Passeio também imperdível é o Museu do Louvre - fechado às terças-feiras. Erguido no século 12, o enorme palácio virou museu em 1793. A vista do lado de fora já vale a viagem, mas passar o dia, ou parte dele, caminhando pelos seus quase intermináveis corredores repletos de obras de arte não tem preço.

Dona de diversos restaurantes e cafés, a bela Paris é passeio para ir só, em turma ou a dois. Opções não faltam. Para economizar, aproveite as ofertas dos diversos mercados espalhados pelos bairros e compre frutas, iogurtes deliciosos, queijos que só a França produz e se perca pela cidade, sem pressa de voltar para casa. De Paris, assim como de quase todas as grandes cidades da Europa, trens e ônibus levam o visitante para qualquer lugar.

MUNIQUE

Já que após desbravar Paris meu destino seria a Itália, resolvi aproveitar o caminho e desembarcar em Munique, na Alemanha, para visitar outra amiga. O tempo de estadia na capital da Bavária? Quatro dias. A viagem de ônibus - só ida -, partindo de Paris, custou em torno de R$ 130 e durou dez horas em ônibus confortável. Ao longo do percurso, é possível admirar os belos vilarejos, quase esquecidos pelo tempo, e imaginar o que vem pela frente.

Pitoresca e elegante, Munique fica ao Sul da Alemanha, a duas horas de trem de Innsbruck, na Áustria. A praça Marienplatz, local mais conhecido da cidade, foi fundada em 1158 e guarda o prédio da prefeitura. Em Munique é possível se hospedar em hostels (albergues da juventude) por cerca de R$ 40 a diária ou menos até. A maioria deles inclui café da manhã e roupa de cama. E se você acha que o nome ‘albergue da juventude' faz relação à idade do viajante, engana-se, pois para viajar não há limite de idade. É comum encontrar nesses lugares viajantes solitários, casais e, sim, famílias.

De transporte público invejável, como a maioria das grandes cidades da Europa, em Munique é possível comprar um único bilhete para todos os transportes - ônibus, trem, metrô e bonde - e usá-lo durante a validade. É bom ter o bilhete sempre em mãos, apesar de que, dificilmente, alguém pedirá para vê-lo, já que lá ninguém usa de má-fé.

Suas ruelas e praças charmosas guardam restaurantes incríveis, cervejarias interessantíssimas, belas lojas e prédios históricos, caso da rua Viscardigasse. A viela, usada pelos que se recusavam a fazer a saudação nazista na praça Odeonplatz, hoje tem paralelepípedos coloridos em homenagem a essas pessoas.

Munique é ideal para ser visitada a pé. Boa opção é conhecer os diversos museus, como o Pinakothek der Modern - Museu de Arte Moderna - e o Neue Pinakothek (Pinacoteca). A maioria deles tem preços acessíveis durante um dia da semana (R$ 2,50, em média).

GASTRONOMIA - Munique é paraíso para os apreciadores de cerveja. A cidade recebe a famosa Oktoberfest todos os anos. Mas reza a lenda que os locais não são os maiores frequentadores, já que a cidade desfruta de diversas cervejarias - os famosos biergartens. A região é boa opção para quem quer descobrir e saborear novos rótulos e antigas receitas da tão adorada bebida.

Uma das cervejarias mais visitadas pelos turistas é a Hofbräuhaus, na Rua Platzl. O enorme prédio foi reconstruído após ser posto abaixo em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, longe das tristes lembranças, é local de encontros e comemorações.

Outra boa pedida e, segundo os alemães, um dos melhores locais para degustação de cerveja, é o Augustiner Braüstuben, ao lado da Hofbräuhaus. Aconchegante e menor que o concorrente vizinho, carrega 680 anos de tradição.

Todos os biergartens oferecem vasto menu gastronômico. Não deixe de provar costeletas de porco ao molho acompanhadas por batata recheada.

Boa dica para quem quer economizar e ainda assim provar as especiarias e os diversos rótulos de cerveja da região são as barracas de rua e os supermercados - com garrafas por R$ 1,50. A salsicha branca é tradição, para alguns, inclusive no café da manhã, acompanhada por um enorme copo de chope.




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