Política Titulo Escândalo
Para Mário Reali,
Mensalão não existiu

Prefeito entrará na Justiça contra Lauro Michels (PV),
que tenta atrelar escândalo nacional ao PT de Diadema

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/08/2012 | 07:51
Compartilhar notícia


O prefeito petista e candidato à reeleição em Diadema, Mário Reali, disse que o Mensalão não existiu. O atual chefe do Executivo, aliás, confirmou que entrará na Justiça contra o prefeiturável oposicionista Lauro Michels (PV), que no sábado, durante carreata, afirmou que o dinheiro utilizado pelos petistas para criação do material de campanha vinha do Mensalão.

"Acho que não existiu o Mensalão. O que existe, no processo político, é relação de governabilidade do Congresso, que não passa por isso. Passa por emendas parlamentares, de ter relação de apoio. O que foi apontado (na representação feita pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal) foi relação de financiamento de campanha com caixa dois, que isso sempre existiu, antes de PT e PSDB", avaliou Reali.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou 37 réus pelo processo do Mensalão, deflagrado em 2005, durante governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O escândalo consistia em compra de votos de deputados no Congresso em troca de apoio à gestão do petista. O caso está sendo julgado pelo STF.

No domingo, durante carreata de sustentação para o PP (partido que apoia a candidatura do PV), Michels questionou o volume de material de campanha do PT e aliados, dizendo que muito do recurso utilizado vinha do Mensalão.

Reali rebateu ontem, em caminhada feita no Jardim Canhema. "Vou resolver na Justiça. Eu gostaria que ele provasse isso. Se ele falou, tem de provar. É bom a imprensa colocar as palavras que ele fala, porque ele tem de medir o que diz. Nosso jurídico vai representá-lo."

O petista também citou o julgamento no STF do chamado Mensalão Mineiro, considerado como laboratório para o esquema utilizado pelo governo Lula. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, em 1998, o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), utilizou empresas de publicidade do empresário Marcos Valério para irrigar sua campanha à reeleição do governo mineiro com recursos públicos extraídos irregularmente dos cofres de autarquias estaduais. Azeredo, à ocasião, perdeu a eleição para Itamar Franco (morto em julho).

 

LINHA DE FRENTE

Ontem, antes da atividade no Jardim Canhema, o vereador Maninho (PT) e o presidente do PT diademense, Josemundo Queiroz, o Josa, rebateram mais duramente às ilações de Michels. Maninho afirmou que PSDB e PV têm responsabilidade pelo escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, em análise em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso. Os petistas citaram contratos da empresa Delta com o governo do Estado.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;