Economia Titulo Previdência
Rio Grande da Serra vai ganhar agência do INSS

Mesmo sem previsão de abertura, Prefeitura já negocia com instituto;
atualmente faltam servidores no Grande ABC

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
28/06/2014 | 07:19
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Atualmente o Grande ABC possui seis agências da Previdência Social. A única cidade da região que não tem uma unidade é Rio Grande da Serra, mas esta realidade está prestes a mudar.

De acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a cidade faz parte do PEX (Plano de Expansão da Rede de Atendimento). O instituto afirmou que atualmente está em negociação com a Prefeitura de Rio Grande para a doação do terreno no qual será instalada a futura unidade.

A informação foi confirmada pela administração municipal, que também garantiu ter “todo interesse em colocar uma agência à disposição da população. Ainda não encontramos um terreno na área central para ceder o espaço, mas estamos procurando.”

Não existe, por enquanto, previsão para o início da construção da agência. Apesar de a Prefeitura ser responsável pelo terreno é o INSS que constrói o prédio e contrata os funcionários.

INSUFICIENTE - A demora no atendimento nas outras agências do Grande ABC é creditada à falta de funcionários, segundo os próprios usuários. O manobrista de Mauá Armando de Oliveira, 56 anos, precisa regularmente realizar perícias por causa de um acidente de trabalho. A demora nos atendimentos na agência de São Bernardo, segundo ele, chega a uma hora. “Eu quebrei o meu dedo e é impossível desempenhar minha função. Como a recuperação está lenta, e já dura sete meses, preciso vir fazer perícias. Sou bem atendido, mas, mesmo marcando por telefone, demora em média uma hora para me chamarem.”

A advogada previdenciária Renata Rubão, de Santo André, afirmou que a demora é um problema generalizado em toda a região. “Quando venho como procuradora dos meus clientes, sempre procuro agendar, mas isso não significa que o atendimento será na hora. As (unidades) mais razoáveis são as de São Bernardo e Mauá”, diz.

Conforme o presidente do Sinssp (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), Pedro Totti, a falta de concursos públicos para a seleção de novos servidores impacta diretamente na qualidade do atendimento.

“Os últimos concursos abertos foram em 2011, com 1.500 vagas, e em 2013, com aproximadamente 300 postos, isso para o Brasil inteiro. Sendo que do último concurso não veio nenhum funcionário para a região metropolitana de São Paulo. O que é um absurdo, já que o Estado responde por 40% da demanda no País.”

O Ministério da Previdência Social declarou, em nota, que irá abrir vagas para uma seleção que irá contratar 40 profissionais temporários, que irão atuar de um a quatro anos nas agências.

Porém, o exame ainda está na fase da escolha da empresa que irá organizá-lo. Por enquanto, não há previsão de abertura dos postos nem a relação dos municípios contemplados.

“Anualmente, sofremos uma perda de 1.000 funcionários durante o ano inteiro no Estado. Isso porque há uma pequena parcela dos que se demitem e uma grande que se aposenta. Há uma necessidade muito grande de concursos para repor todo esse contingente, mas parece que o INSS só se preocupa com o processo de informatização, como se isso fosse resolver todos os problemas”, disse Totti.

De acordo com dados do INSS, o Grande ABC mantém 480 servidores nas seis agências. Segundo o Sinssp, existem aproximadamente 7.000 profissionais em todo o Estado. 




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