Economia Titulo Na Ponta do Lápis
Custo da cesta básica da região tem maior queda do ano

Com recuo nos preços de hortifrúti, grupo de itens de 1ª necessidade fica R$ 26 mais barato

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
27/06/2014 | 07:07
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O custo da cesta básica no Grande ABC teve a maior queda do ano, de acordo com a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) desta semana. A redução foi de 5,75%, o que significa economia de R$ 26,16 para os consumidores da região que forem às compras. Pelo levantamento, o valor de gastos mensais das famílias (formadas por dois adultos e duas crianças) com conjunto de 34 itens de primeira necessidade passou de R$ 454,21 na semana passada para R$ 428,15.

A retração ocorreu por causa dos hortifrúti, que vinham desde o início do ano em alta e agora apontam tendência inversa. Entre os destaques da baixa, estão o tomate, com recuo, em média, de 28% (para R$ 3,95 o quilo); a batata, que diminuiu 14% (foi a R$ 2,84 o quilo); a cebola, 10% (que passou a custar R$ 2,21) e, a laranja, 9% (para R$ 1,46).

Segundo o responsável pela pesquisa da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, justificam esse comportamento de preços a demanda menor nesta época do ano – já que no inverno, tradicionalmente, as pessoas consomem menos sucos e saladas do que no verão – e o clima ameno, sem geadas nas regiões produtoras, que tem favorecido a produção e a colheita desses itens. Com maior oferta, os preços caem.

Para quem gosta de omeletes, este também é momento propício para o consumo. Isso porque, além dos hortifrúti, os ovos estão mais em conta (queda de 4,78%). De acordo com análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo), o milho, que alimenta as galinhas, teve contínuas desvalorizações ao longo deste mês, o que melhorou as margens de lucro dos avicultores, e a antecipação de férias escolares na rede pública reduziu o consumo de merenda.

Já a dupla de produtos que não pode faltar na mesa dos brasileiros, o arroz e o feijão, vem com preços estáveis nesta semana. O primeiro é encontrado, em média, a R$ 8,78 o saco de cinco quilos, e o segundo, a R$ 2,36 o quilo. Para De Benedetto, no caso do feijão, há motivo de preocupação, já que o produto está muito barato – no mesmo período de 2013, custava mais que o dobro (R$ 5,47) – e os produtores podem ficar desestimulados a plantar, reduzindo a oferta, o que pode gerar alta de preço na próxima safra, em setembro.

Planejar e buscar produto de época geram economia

Buscar itens que estão mais em conta, dando atenção especial para frutas e legumes da estação, e fazer o planejamento das compras são dicas úteis para quem quer economizar, segundo os especialistas.

Planejar o volume a ser adquirido de acordo com a validade dos alimentos pode evitar desperdícios, afirma a coordenadora de projetos educacionais na área de nutrição da ONG Banco de Alimentos, Nabyrie Francelino de Camargo. “Muitas vezes compramos em grande quantidade, mas não nos atentamos à validade, sendo inviável o consumo dentro do prazo”, afirma.

A segunda dica que ela dá é fazer a armazenagem correta. Isso porque, se o produto não estiver dentro de temperatura e embalagem adequados, provavelmente não permanecerá em bom estado por tempo suficiente para o consumo, observa. Nabyrie acrescenta que outra orientação é buscar o aproveitamento integral dos alimentos. “Todas as partes (cascas, talos e folhas) podem ser utilizadas em diversas preparações. É possível trazer saúde e economia para a família, além de contribuir para a limpeza do meio ambiente (com a redução dos descartes)”, observa.

A professora Juliana Morimoto, que tem doutorado em Nutrição e Tecnologia de Gastronomia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, cita que aproveitar partes não usuais de legumes, além de gerar vantagens para o bolso, melhoram o valor nutritivo dos pratos. “Cascas, talos e folhas têm alto teor de fibras, que ajudam no funcionamento intestinal e na prevenção de doenças”, afirma.

Outra forma de reduzir o desperdício e melhorar o aporte nutricional é o consumo de alimentos de época, pois esses itens ficam mais em conta no período, destaca Nabyrie. Juliana cita que no site do Ceagesp (www.ceagesp.com.br) o consumidor pode verificar quais estão na safra. É o caso da mexerica, da laranja-baia, do agrião, da abóbora e da mandioquinha.  




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