Partido recém-criado para ser oposição ao governo Dilma Rousseff (PT), o Solidariedade oficializou ontem em sua primeira convenção nacional e estadual apoio às candidaturas tucanas do senador Aécio Neves à Presidência da República e do governador Geraldo Alckmin, em seu projeto de reeleição para o pleito de outubro. Ligada ao sindicalismo, a cúpula da legenda, encabeçada por Paulinho da Força, utilizou o palanque, recheado de lideranças do PSDB, para disparar duras críticas à administração petista.

A decisão foi aclamada por delegados e militantes da sigla durante o evento partidário realizado no bairro Liberdade, na Capital. Paulinho ratificou que a ala sindical digeriu bem a adesão ao tucanato, principalmente devido ao descumprimento de compromissos com as causas dos trabalhadores. “A gestão do PT é desastrosa. Trouxe de volta a inflação, deixou crescer desemprego com desindustrialização e quebrou a principal estatal: a Petrobras”, disse ele, ao referir-se ao valor de mercado de R$ 380 bilhões, em 2010, e agora estimada em R$ 179 bilhões.

Comandante do partido no âmbito nacional, Paulinho abriu o discurso falando de sentimento de mudança no País, relembrando as manifestações populares realizadas nas ruas há um ano. Segundo o dirigente, esse desejo de alternância de poder tem sido evidenciado com os protestos e constatado nas pesquisas de voto. “O PT está destruindo o Brasil com essa roubalheira generalizada em Brasília”, frisou.

O encontro político reuniu aproximadamente 2.000 pessoas na Casa de Portugal. O local ficou repleto de filiados com camiseta laranja, cor do Solidariedade. Com a chegada de Aécio e Alckmin ao ato, lideranças sindicais entregaram camisas e faixas com a mesma coloração aos novos aliados, que também contaram com o senador Aloysio Nunes e o ex-governador José Serra, ambos do PSDB.

Aécio seguiu o debate da linha ética e afirmou que a parceria visa reconciliar o País com a decência e honestidade. “A começar por reestatizar (instituições) e tirar das garras de quem as utiliza para favorecimento próprio”, alegou o tucano, tratando da indicação política para a direção de empresas públicas. “Queremos resgatar a meritocracia.” Alckmin adotou o tom da incompetência ao mencionar que a indignação se justifica no caso da falta de atendimento às antigas lutas trabalhistas.

GRANDE ABC
Três nomes do Solidariedade da região foram homologados para concorrer no processo eleitoral. O vereador Cidão do Sindicato (São Caetano) disputará vaga de deputado estadual. Os parlamentares Pery Cartola (São Bernardo) e Ailton Lima (Santo André) entrarão na briga por cadeira na Câmara dos Deputados.