Cultura & Lazer Titulo Música
A arte viva de
Jackson do Pandeiro

Selo Discobertas lança caixa com discos do
artista dos anos 1960, além de diversas raridades

Por Do Diário do Grande ABC
20/06/2014 | 07:00
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Divulgação


Paraibano, ritmista, cantor e compositor. Esse era Jackson do Pandeiro, cuja memória segue forte, viva e encantadora. Nascido José Gomes Filho, em 1919, o artista partiu em 1982, mas deixou mais de 20 discos registrados.

Alguns deles voltam a ver a luz do dia décadas depois de seus lançamentos originais por meio da caixa Jackson do Pandeiro Anos 60 (Discobertas, R$ 90 em média), que é ilustrada por quatro discos e cuja pesquisa e reedição são assinadas por Marcelo Fróes.

A obra leva às prateleiras álbuns registrados e lançados de 1966 a 1969 pelas gravadoras Cantagalo e Continental, alguns deles com o artista ao lado da cantora Almira Castilho, com quem foi casado.

Quem abre o passeio musical é O Cabra da Peste. É dele que saltam temas como A Ordem é Samba e Bodocongó. Os discos A Braza do Norte e Jackson do Pandeiro é Sucesso também ilustram o pacote. Todos os álbuns foram remasterizados e contam com as artes originais dos LPs.

O quarto disco, Mais Um Pouquinho Raridades, traz 17 preciosidades extraídas de diversos compactos em vinil. Entre as canções estão Que Coisa Chata, Balanço da Nega, Índio Valente e Xenhenhém.

O percussionista Zé Gomes, xará e sobrinho herdeiro de Jackson do Pandeiro, acompanhou o tio em alguns shows e participou de perto do resgate de parte da obra do tio.

“É muito emocionante ver, depois de tanto tempo que ele morreu, gente interessada em sua obra. Eu faço as liberações do meu tio e te digo, ele é muito lembrado. Volta e meia me pedem músicas para TV, rádio. E tem também gente como Zé Ramalho, Gil, Elba Ramalho, Alceu Valença, uma infinidade de artistas que lembram do meu tio”, diz.

Ele acredita que esse lançamento é uma boa oportunidade para que os jovens tenham acesso ao material de Jackson do Pandeiro e saibam um pouco mais de sua contribuição para a música brasileira.

Zé conta que o que mais abrilhantou seus olhos nessa caixa foi o disco com as raridades. “Foi um grande trabalho de pesquisa do Marcelo Fróes. Tivemos ajuda de um jornalista, o Fernando Moura (autor do livro Coroa de Couro – Uma Biografia de Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo) e de um amigo de João Pessoa, o Érico. Esse CD tem coisa que eu mesmo não conhecia. O Marcelo descobria as faixas e o Érico as conseguia”, conta.

Músico profissional desde 1977, Zé Gomes teve sua estreia com Dominguinhos. Hoje, concilia seus projetos com os shows de Zé Ramalho, com quem está desde 1979.

Ele carrega na memória as melhores lembranças de Jackson. “Antes mesmo de ser músico eu acompanhava a carreira do meu tio, ia às gravações, entrevistas e também fiz alguns shows com ele”, diz. Zé lembra que seu pai, Cícero, tocava com Jackson e que ele fazia as vezes do pai dia ou outro. “Meu tio era um ser humano nota 10. A obra dele é do mundo.”   




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