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Cai financiamento do BNDES para região

No ano até abril, empresas levantaram R$ 394 milhões
em recursos, 11% menos que em 2013

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/06/2014 | 07:14
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Termômetro da disposição das empresas em investir para ampliar a produção, os financiamentos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) recuaram 11% no Grande ABC nos primeiros quatro meses do ano em comparação com igual período de 2013. Os números, segundo representantes da indústria, refletem o desaquecimento da economia e também as incertezas dos empresários em relação às perspectivas futuras do cenário econômico.

De acordo com dados do BNDES repassados pelo posto avançado que funciona dentro do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, o montante de empréstimos da instituição referentes a operações indiretas (em que os contratos são feitos por intermédio de agentes financeiros, os bancos comerciais) para companhias dos sete municípios somou R$ 394,6 milhões entre janeiro e abril. Para efeito de comparação, nos quatro meses iniciais do ano passado, haviam sido concedidos R$ 445,1 milhões.

Houve redução na demanda por praticamente todas as linhas de crédito da instituição. Foi o caso do BNDES Automático (que se destina a investimentos em ampliação dos negócios, incluindo obras civis, como novos galpões), que encolheu 51%, e do Finame (destinado à compra de máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus), que teve retração de 13%.

O diretor titular da regional do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, cita que os industriais da região estão assustados com a situação econômica. “As pessoas não estão vendo perspectivas novas.”

Pesquisa do Sebrae recém-divulgada mostra que o pessimismo do pequeno empresário do Grande ABC atingiu seu pico em maio. De acordo com esse estudo, 26% preveem piora na economia nos próximos seis meses. Há um ano, esse percentual era de 10%.

Com a desconfiança em relação ao crescimento da demanda, as empresas não se veem motivadas para buscar crédito do BNDES (que tem juros reduzidos), seja para ampliar a frota de veículos ou renovar o parque industrial.

CARTÃO - Entre as exceções apontadas pelo levantamento do BNDES, estão os desembolsos para o Cartão BNDES que financia as empresas para compras de pequenos equipamentos e até matérias-primas, com juros de 1% ao mês, com 48 meses para pagamento, com limite de R$ 500 mil – mas é possível adquirir o plástico por mais de uma instituição bancária, o que amplia o valor a ser financiado. A demanda pela modalidade subiu 9%. “Cresce pela facilidade de uso, mas isso não significa investimento propriamente dito”, diz o diretor do Ciesp de Diadema.

Outra linha em alta é a Finem (Financiamento a Empreendimentos), que cresceu de forma expressiva (370%), mas que é voltada, sobretudo, a obras de infraestrutura de órgãos públicos.
 




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