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Para Torres, PT virou as costas aos trabalhadores

Presidente da Força Sindical dispara contra postura de Dilma, que não seguiu atuação de Lula

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
15/06/2014 | 07:50
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Marina Brandão/DGABC


O presidente da Força Sindical, Miguel Torres (Solidariedade), fez duras críticas a postura do PT que ao se manter no Palácio do Planalto – 11 anos consecutivos no Executivo – “virou as contas” para os trabalhadores. Segundo o dirigente, a atual chefe da Nação, pré-candidata à reeleição no pleito de outubro, não segue o posicionamento adotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), que abria o diálogo com a categoria. “Ela fechou essa porta. Tivemos três ou quatro reuniões durante todo o mandato (2011-2014).”

Na concepção do sindicalista, o PT está vendo com outros olhos “as causas trabalhistas”. Para exemplificar, Torres justificou que “é impossível” esquecer bandeira de redução da jornada para 40 horas semanais mais de um década. “Não tem como justificar interesse e ficar paralisado, nas ‘mãos’ do governo (Dilma). O fator previdenciário é a mesma coisa. O PT e todo o movimento sindical criticaram quando o (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso (PSDB) instituiu o fator, só que o PT teve a chance de acabar com isso e não terminou. O Congresso votou e foi vetado pelo Planalto.”

Em entrevista exclusiva ao Diário, Torres avaliou que na gestão anterior não houve avanço aguardado, mas pelo menos existia perspectiva favorável e interlocução com empresariado sério. “Atualmente, não anda. O movimento sindical apoiou a Dilma numa expectativa de continuidade do governo Lula. Aderiu em mais de 90% e não obtivemos retorno (do suporte)”, disse o sindicalista, acrescentando que no páreo deste ano haverá divisão de apoio entre os candidatos, repartindo, principalmente, com Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

O Solidariedade vai formalizar no sábado a adesão ao candidato tucano. Torres foi indicado, inclusive, para compor como vice na chapa majoritária, encabeçada pelo senador mineiro, homologado ontem pelo PSDB nacional. Por outro lado, o solidarista entende que há outros quadros fortes para formar a dobrada, mencionando o ex-governador paulista José Serra (PSDB) e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) para a vaga. “Independentemente de ser escolhido ou não, nós (legenda) já definimos o nosso apoio(a Aécio).”

Para o dirigente, a indicação do Solidariedade serve para “mostrar preocupação” em estabelecer a linha ideológica de defender o interesse dos trabalhadores, “abandonado” pelo PT e PDT. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Torres assumiu a Força Sindical no fim do ano passado após a licença do correligionário e deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O antecessor saiu da direção para construir as alianças da nova legenda, que participará de eleição pela primeira vez.

Torres frisou que a criação da sigla se deu para ocupar esse vácuo deixado por PT e PDT. Ele considera que ao longo do tempo ambos se desgarraram da briga por causas trabalhistas. “Quando vai para o Executivo tem o ônus e está pagando um pouco. E nesse vazio achamos que era importante criarmos o partido, ligado às causas da indústria nacional.” O Solidariedade nasceu com 24 deputados federais. A estimativa é aumentar a bancada para 30 parlamentares. 




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