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Feijão está 56% mais barato do que em junho de 2013

Produção em alta faz com que o grão atinja deflação na comparação
entre 12 meses; hoje, um quilo sai por R$ 2,40, um ano atrás, R$ 5,54

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/06/2014 | 07:20
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Marina Brandão/DGABC


De um ano para cá, o cenário mudou completamente nos campos agrícolas com o plantio do feijão. Enquanto em junho de 2013 havia oferta reprimida, neste ano as safras estão em alta. Melhor para o bolso da dona de casa da região, que acompanhou redução de preço médio do quilo do produto, após 12 meses, de 56,6%.

Conforme a pesquisa da cesta básica semanal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), nesta semana, em relação a igual período do ano passado, o preço médio do produto caiu de R$ 5,54 para R$ 2,40.

Apenas para comparar, a inflação para as famílias acumulada em 12 meses encerrados em maio atingiu 5,54%. Isso ao considerar o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), indicador para a Capital e que mais se aproxima da realidade do Grande ABC.

O feijão é um produto tipicamente brasileiro e de consumo interno. Segundo informações do Ministério da Agricultura, sete em cada dez brasileiros consomem o grão diariamente. E a demanda só aumenta. A Pasta informa, ainda, que não há registro de exportação do produto.

Esses fatores indicam o problema de oferta como o principal vilão dos consumidores. Isso porque, quanto menos feijão é produzido e disponibilizado à população e, em contrapartida, a procura pelo item só cresce, a tendência é de inflação. Foi o que ocorreu em 2013. O clima não ajudou a agricultura, observou o técnico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) Eledon Oliveira. Muitas chuvas atrapalharam a colheita. As sacas dispostas nos mercados enfrentaram umidade alta. Dependendo do tempo de armazenamento em clima úmido, o grão escurece e forma carunchos. Com a redução da oferta do item, só os grãos mais selecionados, em pequenas quantidades, eram encaminhados aos mercados que atendem o consumidor, e por maior preço. Além disso, alguns produtores trocaram o feijão por milho ou soja, que rendem melhores resultados.

Neste ano, destaca Oliveira, a primeira safra, de setembro e outubro, para colheita em fevereiro, teve ampliação de 35% nas áreas plantadas. “A segunda ainda não fechou (janeiro e fevereiro para colher em agosto), mas tudo indica que aumentará.”

O feijão também mostrou a segunda maior redução de preços na comparação semanal da cesta básica, de 5,88%. Nos supermercados da região, segundo a Craisa, os preços do quilo variam 304%, de R$ 0,99 a R$ 4. A diminuição mais intensa, porém, foi a da cebola, de 7,94%.

A cesta ficou 0,99% mais barata, para R$ 454,82, decréscimo de R$ 4,57. O grupo de despesas alimentícias teve deflação de 1,03%, e os hortigranjeiros, 1,76%. Já os produtos de higiene pessoal encareceram 0,07%, e de limpeza doméstica, 1,87%.
 




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