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Os quintais de Maria Bethânia

Em nova obra, cantora fala de sua infância e canta das coisas da terra brasileira

Vinícius Castelli
14/06/2014 | 07:00
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Divulgação


É ao som do piano que Maria Bethânia abre e encerra sua nova obra, Meus Quintais (Biscoito Fino, R$ 29,90 em média), que serve de cenário para que ela resgate lembranças da infância e cante sobre essa enorme terra chamada Brasil.

A vontade era fazer um novo título de estúdio no próximo ano, quando completará cinco décadas de carreira, mas pairou em sua cabeça uma ideia: “Senti um desejo de cantar o homem no Brasil, o caboclo, o dono da terra, o índio... Eu estranhei, foi tão intuitivo, aquilo insistia”, disse a cantora em entrevista coletiva realizada pela internet.

O primeiro passo então foi procurar o parceiro Chico César para contar sobre a ideia. “Ele disse que queria pensar junto e cantou cantigas de índio lá da Paraíba. Ele disse: ‘Quero trabalhar nisso’. Aí ele começou a mandar canções”, conta ela.

Ele assina dois temas na obra de Bethânia, ambas voltadas aos índios. Uma delas é Arco da Velha Índia, a outra é Xavante, regada ao som de viola e guitarra portuguesa. “Acho o índio o dono da terra. Eles são o chão, são o Brasil. Sou intérprete, minha missão é essa, interpretar o que eu sinto. Quando a gente vê a Amazônia se acabando, a pouca importância dada à vida real...”

Entre os compositores que assinam canções estão Roque Ferreira e Adriana Calcanhotto. Bethânia ainda pincela Moda da Onça, de Paulo Vanzolini, e Alguma Voz, de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro. Ela canta pela primeira vez um trabalho do carioca Leandro Fregonesi. Tom Jobim também não fica de fora.

“Acho o quintal o melhor lugar do mundo. É onde se aprende tudo, foi onde eu aprendi absolutamente tudo. Tinha a casa, quer dizer, a sede da segurança, o alimento, a roupa, o agasalho, a cobertura, o amor, o ensino. Mas o quintal era a liberdade, sabendo que podia contar com aquele alicerce. O quintal era o inverso, onde todo mundo pode, no quintal, imaginar.” 




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