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‘Me identifico com o PMDB e sua história’, diz Castropil
Júnior Carvalho
Especial para o Diário
13/06/2014 | 07:42
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Nario Barbosa/DGABC


O capitão da Polícia Militar de São Caetano e pré-candidato a deputado estadual Robinson Castropil vai se filiar amanhã ao PMDB, durante a convenção estadual da legenda, às 8h, na Capital. No encontro também será confirmada a candidatura do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, ao governo do Estado. Após mistério sobre seu futuro político, Castropil terá seu nome avalizado para disputar cadeira na Assembleia Legislativa em outubro. A legislação eleitoral permite a filiação de militares no ato das homologações dos postulantes. “Me identifico com o PMDB e com a história do partido. Acredito que a legenda vai me dar estrutura”, afirmou. Em entrevista exclusiva ao Diário, o futuro peemedebista falou sobre sua atuação na PM, os avanços na Segurança pública no município e sobre seu ingresso na política. Principal nome do governo Paulo Pinheiro (PMDB) na disputa por vaga à Assembleia Legislativa, Castropil defendeu que a cidade eleja nomes do município.

Como ocorreu seu ingresso na PM e sua aproximação com São Caetano?
Meu pai era soldado da Policia Militar. Em 1968 ele foi vítima de homicídio. Minha mãe ficou com dois filhos para criar, eu tinha apenas 2 anos e meu irmão era mais novo ainda. Um dos motivos que me fizeram entrar na polícia foi ver minha mãe trabalhando demais para sustentar todos nós. Em 1979, a polícia abriu o primeiro colégio da PM para filhos de policiais e de pensionistas e eu e meu irmão entramos. Lá, veio à tona toda a intimidade com a corporação. Aquela vontade que eu tinha se potencializou lá na escola. Cheguei a São Caetano em 1997, vim da Capital. Queria trabalhar mais perto de casa, morava do lado, na Mooca. Quando surgiu a oportunidade, me deram três opções e São Caetano era uma delas, no 6º Batalhão.

Como era ser policial em São Caetano antigamente?
Há 17 anos, a Polícia Militar estava introduzindo o policiamento comunitário. Na época, 41 companhias foram selecionadas para fazer parte desse projeto e São Caetano estava entre elas. Começamos a desenvolver diversas parcerias com a Prefeitura, junto com o (prefeito Luiz) Tortorello (morreu em 2004). Entre as ações conjuntas tinham o pró-labore (gratificação), concessão de vagas para policiais no antigo Imes (hoje USCS) entre outras. Mas na última gestão muitas coisas foram deixadas de lado e pararam de ser feitas. Todas aquelas contrapartidas dadas pela Prefeitura acabaram. Não houve renovação da frota, por exemplo, pró-labore acabou, a escola de soldados foi para outra cidade e algumas bases comunitárias foram desfeitas. Foi um retrocesso.

Essa relação não foi retomada?
Infelizmente isso não aconteceu. Tentamos restabelecer essa relação, mas não conseguimos. Propomos a Atividade Delegada ao (ex-prefeito José) Auricchio (Júnior, PTB) e ele não implementou. Ele também teve a possibilidade de trazer de volta a escola de soldados para São Caetano desde que o Paço oferecesse um espaço, mas também recusou. Na minha opinião, a saída da escola de soldados foi a maior perda.

Como o sr. enxerga a Segurança pública na cidade hoje?
Infelizmente, neste ano houve três fatalidades. Mas as estatísticas criminais do Estado comprovam que os assassinatos não são corriqueiros em São Caetano. O problema no município é o crime contra o patrimônio. O que aconteceu foi que ficou uma sensação de insegurança, as notícias se espalharam nas redes sociais.

O lançamento do programa ‘São Caetano – Todos contra o crime’ recentemente foi para reverter esse cenário?
Não necessariamente. A gente já tinha um planejamento, que não foi colocado em prática antes por problemas financeiros deixados pela administração anterior. O prefeito Paulo Pinheiro já estava trabalhando em cima de um Orçamento previsto para este ano. A Atividade Delegada, por exemplo, já era para ter sido implantada ano passado. Agora, a lei já foi aprovada e só falta setor técnico da PM aprovar.

E como surgiu essa disposição para ingressar na política?
Político eu sempre fui. Todo mundo é político, de certa forma. Durante a campanha do Paulo (à Prefeitura de São Caetano, em 2012), fui mordido pelo bicho, me interessei, comecei a conhecer melhor as coisas. Eu conhecia a política do lado de fora, até 2012 eu sempre fui neutro e sempre deixei isso claro. Como comandante de companhia da PM, nunca tomei lado.

O sr. já decidiu por qual partido vai concorrer à eleição de outubro?
Sim, estou apalavrado com o PMDB e assino minha filiação sábado (amanhã), durante a convenção estadual do partido.

Por que o PMDB?
Me identifico com o partido e com sua história, além de ser o mesmo do prefeito. Acho que o que o menos importa é a questão do quociente eleitoral. Eu não estou preocupado em ter de receber muitos votos por estar em um partido grande. Não vejo dessa maneira. Acredito que a legenda vai me dar estrutura e existe segurança de que outros companheiros serão eleitos.

O sr. se considera representante do governo Paulo Pinheiro (PMDB) na eleição?
Sim, me considero um pré-candidato do governo. Não tem como não vincular, até porque eu e o Paulo temos essa amizade, fidelidade. Minha intenção é ajudar o município e Estado de São Paulo. No meu ponto de vista, São Caetano tem de eleger um deputado da cidade. Por isso me coloquei à disposição. Ano que vem faço 30 anos de Polícia Militar e me aposento. Acho que será uma maneira de continuar contribuindo para a sociedade e uma das expectativas que eu tenho é usar essas três décadas de experiência na área da Segurança pública e fazer um trabalho voltado ao setor.




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