Secretário adjunto de Governo de Santo André, Carlos Sanches (PT) pediu exoneração da administração Carlos Grana (PT). O então número dois da Pasta, que compreende o núcleo duro da gestão, deixou o Paço para coordenar a campanha eleitoral do presidente do diretório petista, Luiz Turco, que vai disputar vaga de deputado estadual no pleito de outubro. A candidatura do petista faz parte da dobrada oficial da Prefeitura, aliada ao parlamentar Vanderlei Siraque (PT) a federal. A saída de Carlão, como é conhecido, foi publicada ontem nos atos oficiais.

Carlão argumentou que não dá para conciliar as duas funções no período eleitoral – cerca de três meses entre Prefeitura e campanha. Segundo o dirigente, a medida serve para preservar o governo e crítica a candidatura do correligionário. “Não havia necessidade legal de eu sair (do Paço), porém, ficaria ruim se ficasse (no posto comissionado). Vou assinar documentos (durante a empreitada). Dessa maneira, a gente evita qualquer possibilidade de discurso de caracterização de uso da máquina (administrativa)”, frisou.

O petista compunha a executiva municipal do partido, ao lado de Turco, porém solicitou afastamento em 2013 para integrar a equipe de Grana. O estatuto partidário do PT proíbe exercer cargo em comissão na mesma esfera de poder (âmbito municipal, no caso). Apesar de cotado para ocupar espaço dentro do Paço, o pré-candidato à Assembleia Legislativa, por exemplo, não assumiu posto justamente por conta da intenção da legenda em lançá-lo no páreo, como representante do governo. Essa é a primeira vez que ele concorrerá a cargo eletivo.

Grana apostará todas as fichas políticas na campanha de Turco. Eventual vitória do correligionário nas urnas é encarada na Prefeitura como termômetro da aceitação do eleitorado em relação ao governo petista.