O rugido provocado pelo volume impressionante de água que despenca do Rio Iguaçu para as profundezas da Garganta do Diabo tem o poder de inspirar a religiosidade natural até dos mais céticos. Na passarela de metal que dá acesso até pertinho da volumosa queda-d’água, sob as capas de chuva o que se vê são pessoas das mais variadas idades e origens simplesmente se maravilhando com o que estão vendo, vivendo, ouvindo e sentindo.
Muitas rezam em silêncio sob as gotículas de água deixando apenas a expressão contrita denunciar esse momento de intimidade com Deus. Algumas, entretanto, não se intimidam e fazem suas orações em voz alta. O espaço turístico é ecumênico e permite que gente das mais diferentes orientações religiosas deixe naquele local mágico a sua oração. Toda essa emoção se explica pelo fato de ser maravilhoso ver tamanho espetáculo da natureza. A Garganta do Diabo é uma espécie de solista de uma ópera grandiosa da qual fazem parte um número que varia, dependendo do volume de água no rio, entre 150 e 270 cachoeiras distribuídas ao longo de três quilômetros da fronteira entre Brasil e Argentina e, para quem visita o Parque Nacional, é uma espécie de gran finale.
Consideradas o maior conjunto de quedas-d’água do planeta, as Cataratas do Iguaçu estão entre as sete maravilhas naturais do planeta, eleitas por um concurso internacional realizado em 2011 e, não importa a época do ano, são sempre deslumbrantes. No entanto, como se fosse para celebrar o centenário da cidade de Foz do Iguaçu, na segunda-feira as quedas alcançaram volume recorde de água por causa de uma frente fria que atingiu os Estados do Sul do Brasil, trazendo volume de chuva esperado para um mês em apenas dois dias.
Com cascatas jorrando água ou ‘sequinhas’ e multiplicadas em incontáveis filetes, as Cataratas são sempre uma visão deslumbrante e, por isso, fazem de Foz do Iguaçu o terceiro destino brasileiro mais visitado por estrangeiros, logo depois de Rio de Janeiro e São Paulo, conforme ranking divulgado em março pelo site hoteis.com.
Foz do Iguaçu e suas cidades irmãs dos outros lados da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai – respectivamente, Puerto Iguazu e Ciudad del Leste –, tornaram-se destino favorito também dos brasileiros que, além da beleza natural, procuram a região pelo comércio nas cidades limítrofes e para aproveitar os equipamentos turísticos de primeira linha em eventos corporativos.
Além da visita às quedas-d’água, a região também oferece diversos passeios com doses de contemplação da natureza e de aventura em intensidade definida pelo visitante. Há trilhas suaves e rafting, passeios tranquilos de barco e outros mais cheios de emoção. O mais tradicional do lado brasileiro é o Macuco Safári. A resposta dos hermanos a esse passeio de barco que vai até perto das quedas é o Gran Aventura, que traz doses extras de adrenalina por dentro e de molhadeira por fora.
Outra atividade única que Foz oferece é ver um arco-íris noturno providenciado pela mistura das gotículas de água e a luz intensa da lua cheia – que, claro, depende de haver céu claro para ocorrer. Do lado brasileiro, a experiência é exclusividade de quem tem acesso à localização privilegiada do Hotel das Cataratas, um dos mais luxuosos do município e o único localizado dentro do parque. Quem não conta com esta regalia, no entanto, pode agendar com o parque argentino a visita noturna para conferir o fenômeno. Quem já viu diz que vale estudar os movimentos lunares para decidir a viagem na fase certa.

A jornalista viajou a convite
da Mongeral Aegon
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