Economia Titulo Dinheiro
PLR movimenta R$ 286
milhões na região

Três gigantes do setor automotivo distribuem
primeira parcela do benefício para 24 mil

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
08/06/2014 | 07:24
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Nario Barbosa/DGABC


A primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três grandes empresas do setor automotivo do Grande ABC será capaz de movimentar até R$ 286,4 milhões na região pelos próximos seis meses.

Mercedes-Benz, General Motors e Pirelli vêm distribuindo aos seus funcionários, desde o dia 23, R$ 179 milhões referentes ao pagamento da primeira parcela do benefício.

Tendo em vista o cenário econômico atual em desaceleração, a tendência é de que entre 50% e 80% dos recursos creditados na conta dos trabalhadores tenham como destino o consumo na região, ou seja, até R$ 143,2 milhões. Ao considerar o fator multiplicador da cadeia, desde o comércio até a indústria, esse montante deverá dobrar e atingir até R$ 286,4 milhões.

Um dos principais pilares que sustentam esse potencial de expansão do dinheiro que entra no bolso dos profissionais é a infraestrutura do Grande ABC, madura e consistente. Tal fato indica que os recursos serão direcionados aos gastos locais.

ANÁLISES - Na avaliação do coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, devido ao andamento da economia, em ritmo lento, é provável que os trabalhadores criem incertezas sobre a manutenção do emprego e prefiram preservar boa parte dos recursos que as companhias vão pagar. “Talvez algumas pessoas possam retrair um pouco o comportamento de gastar por medo da crise. Estão preocupadas se vai existir algum risco de demissão.”

Maskio calcula, com base em sua tese, que pelo menos metade do valor que as três empresas do setor automotivo pagaram aos seus 24 mil trabalhadores será preservada em algum tipo de reserva financeira. Já a outra parte deverá ser destinada ao consumo direto.

“Desta maneira, indiretamente, você movimenta mais dinheiro. O empreendedor do comércio gera mais recursos, tendo em vista que ele faz um estoque maior, justamente para atender a essa nova demanda. Assim, também propicia maior movimentação na indústria”, explica Maskio.

Mais otimista em relação ao potencial de direcionamento às compras, o professor de macroeconomia e cenários econômicos do MBA da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Silvio Paixão, acredita que, devido às características do Grande ABC, 80% do valor injetado pelas PLRs vai para o consumo e gastos familiares. “O fator multiplicador desse dinheiro tem muito a ver com a estrutura da atividade econômica regional”, observa.

ATUAÇÃO - No caso da Mercedes-Benz, a primeira parcela da PLR foi creditada na conta dos metalúrgicos no dia 23. Ao todo, aproximadamente, 11 mil profissionais passaram a contar com R$ 7.000 no bolso. Para obter a conquista, no entanto, os funcionários paralisaram a produção da empresa por meio dia em 20 de maio.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a montadora localizada em São Bernardo queria alterar o cálculo para o benefício, o que geraria decréscimo de mais de 30% em relação ao valor pago em 2013, de cerca de R$ 11 mil. As negociações entre montadora e entidade continuam para a segunda parcela.

Na quarta-feira foi a vez dos 3.000 empregados da fábrica de pneus Pirelli, em Santo André, receberem a primeira parcela do benefício, de R$ 9.000.

Em São Caetano, cada um dos 10 mil funcionários da General Motors ganharam, na sexta-feira, R$ 7.500, após vários dias de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano e a montadora. A PLR atingirá, no máximo, se alcançados 120% da meta, R$ 16.560.
 




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