Economia Titulo Mais barato
Preços dos imóveis diminuem na região

Índice FipeZap mostra desvalorização de 0,21%
em Sto.André e de 0,16% em S.Bernardo

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
04/06/2014 | 07:02
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Ricardo Trida/DGABC


Os mercados de imóveis verticais prontos de Santo André e São Bernardo apresentaram a primeira desvalorização mensal em 29 meses. Na média, as unidades andreenses perderam 0,21% de seus preços e, as são-bernardenses, 0,16%.

A demanda de crédito em desaceleração, influenciada pela queda na confiança do consumidor, é a principal hipótese para explicar a redução dos preços dos apartamentos, tendo em vista que o mercado de trabalho não apresentou sinais relevantes que desencadeariam em diminuição nos valores praticados.

Os dados são do Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados. O indicador leva em consideração os anúncios de apartamentos prontos no site Zap Imóveis. A maior parte deles é de usados. Entram na conta as unidades finalizadas pelas construtoras que ainda não foram habitadas.

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é responsável pelo desenvolvimento da pesquisa. Os preços são coletados em 16 cidades. Em São Paulo, estão listadas apenas a Capital, Santo André, São Bernardo e São Caetano. A série histórica teve início em dezembro de 2011, período considerado com base para a comparação.

Pesquisadora da Fipe, Priscila Ribeiro destacou que as principais variáveis que movimentam o mercado imobiliário são o mercado de trabalho e o crédito.

Porém, observou o técnico da Fundação Seade e coordenador da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do Grande ABC, Alexandre Loloian, o mercado de trabalho não apresentou variações relevantes, neste ano, que justificassem a desvalorização nos imóveis. Lembrou ainda que a influência para os preços das unidades, provavelmente, não é gerada de um mês para o outro, mas durante um período. E destacou que alguns indicadores têm evidenciado que a confiança do consumidor vem caindo neste ano, o que desestimula a contratação de crédito de longo prazo. “E os financiamentos são a principal forma de pagamento dos imóveis”, acrescentou Priscila.

Segundo dados das estatísticas municipais do BC (Banco Central), em 2013 a região tinha contratado R$ 20 bilhões em estoque de crédito, alta de 5,12% em relação ao ano anterior, com R$ 19,02 bilhões. O montante, entretanto, representa incremento de 19,8% sobre o registro de 2011, de R$ 15,87 bilhões.

Tendo em vista que a demanda pelos imóveis da região também é formada por moradores de outras cidades do Grande ABC, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), que capta informações da Capital, mostrou quedas mensais no humor das pessoas em relação à sua situação financeira atual e futura desde novembro, com exceção a fevereiro, que teve melhora.

Além desta informação que indica menor interesse por crédito, há ainda as licenças, suspensões e demissões que as montadoras da região têm feito neste ano, que reduzem ainda mais a confiança dos trabalhadores na economia.


São Caetano é 7ª em valorização no País

São Caetano seguiu no caminho oposto e apresentou valorização de 0,21% nos imóveis verticais prontos anunciados, segundo o Índice FipeZap de maio. O preço médio do metro quadrado no município atingiu R$ 5.410, o sétimo maior na lista nacional do indicador.

O primeiro do ranking é a cidade do Rio de Janeiro, com o metro quadrado custando, em média, R$ 10.609, seguida por Brasília, com R$ 8.136, São Paulo, com R$ 8.060, Niterói, que atingiu R$ 7.373, Recife, com R$ 5.769, e Belo Horizonte, que chegou a R$ 5.446.

Santo André aparece na 12ª posição nacional, com o metro quadrado custando, em média, R$ 4.675. São Bernardo, com R$ 4.429, está em 14º lugar. A média nacional, segundo o indicador, foi de R$ 7.494.

Em relação à desvalorização de São Bernardo e Santo André, apenas Brasília e Curitiba apresentam movimento equivalente.
 




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