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Angelina Jolie é grande chamariz de filme da Disney

Em ‘Malévola’, que chega neste quinta-feira aos
cinemas, cenas sem atriz chegam a ser tediosas

Luís Felipe Soares
29/05/2014 | 07:00
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Divulgação


A vida de Angelina Jolie fora das câmeras tem sido ocupada por ações sociais e dedicação à família. Sua postura de mulher forte, durona e decidida parece chegar às telonas em seu retorno ao cinema (mas com forte toque de magia) como protagonista de Malévola. No filme, a Disney cria rico universo visual para tentar contar a tradicional história de A Bela Adormecida pela visão da vilã da fábula.

O roteiro coloca a personagem como principal defensora dos moors, povo fantástico que vive no reino ao lado do comandado pelos homens. É a dicotomia entre a felicidade democrática e a tristeza monárquica, com clara divisão entre cores e sombras. A bondosa fada acaba por se tornar presa para a ganância de Stefan (Sharlto Copley, de Elysium), falsa esperança de amor para a líder do outro lado da floresta.

Entre um coração partido e o desejo de vingança, Malévola se revela da maneira como o público a conhece desde o desenho animado clássico de 1959. O desenrolar dos fatos também é alterado nas mãos do diretor Robert Stromberg, em sua estreia no cargo após anos de sucesso como responsável pelos efeitos visuais de títulos como Sangue Negro e As Aventuras de Pi. Alguns podem comparar os anseios da personagem com as questões apresentadas pela bruxa Theodora em Oz – Mágico e Poderoso (2013), que fala como nasceu a Bruxa Má do Oeste. O prelúdio de O Mágico de Oz (1939) também pode soar familiar quanto à fotografia.

Apesar do tom romântico se destacar como ponto crucial das reviravoltas, a produção lida muito com camadas humanas – mesmo que a protagonista tenha chifres, asas e o poder de transformar um corvo no que quiser. Questões como traição, arrependimento e compaixão são tratadas ao longo do filme e traduzidas nos expressivos olhos verdes de Angelina. Sua presença na tela ainda é forte e salva momentos enfadonhos ao lado da jovem Aurora (Elle Fanning). Quando ela está longe da tela, há diversos momentos muito tediosos.

A abordagem montada pelos estúdios Disney pode parecer mais pensada para o público adulto, mas ainda soa infantil. Não que isso seja algo ruim. Quem espera algo mais sombrio pode sair da sala um tanto quanto decepcionado. É somente um outro olhar sobre contos literários e cada um pode acreditar na versão que mais gostar.




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