Economia Titulo Trabalho
Geração de emprego
formal cai 60% na região

De janeiro a julho foram contratados 7.339, enquanto que no
mesmo período do ano passado foram abertos 18.060 postos

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/08/2012 | 07:20
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As empresas do Grande ABC estão contratando substancialmente menos do que em 2011. De janeiro a julho, o saldo (admissões menos demissões) chegou a apenas 7.339 vagas com registro em carteira, enquanto que no mesmo período do ano passado - época marcada por medidas do governo para frear a inflação e conter o consumo por meio de juros altos e prazos reduzidos de financiamento - foram abertos 18.060 postos. Ou seja, 10.721 empregos ou 60% a menos. Para efeito de comparação, em 2010, ano em que a economia se recuperava da crise a pleno vapor, o montante chegou a 28.973. Os dados, divulgados ontem, integram o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Considerando apenas julho, o saldo foi de 1.170 vagas, 46% a menos do que no mesmo mês de 2011, quando foram registradas 2.169 oportunidades. Em 2010, foram 4.626.

"Este foi um ano muito difícil para a indústria, em que muitas empresas lançaram mão de esforços para manter seus empregados, como férias coletivas e suspensão temporária de contrato. As que não tinham como fazê-lo, tiveram de demitir", explica o diretor do departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro.

O setor industrial amargou salgo negativo de 5.277 vagas, 179% a menos do que de janeiro a julho no ano passado. Mesmo serviços, que lidera a geração de emprego na região, e está com acumulado positivo de 6.906 postos, teve queda de 32% frente a 2011. Comércio gerou 1.324 oportunidades, 33% menos que no ano passado. Só construção civil foi melhor, com crescimento de 400%, com 3.597 chances.

Apesar da desaceleração não só na abertura de vagas como na capacidade de evitar demissões, o resultado mostra reação quando comparado ao de junho, quando os cortes superaram as admissões e o saldo ficou negativo em 1.883 postos de trabalho.

Na avaliação de Ribeiro, a sinalização de melhora se deve à estabilização do dólar na casa dos R$ 2 (ontem fechou em R$ 2,02), à Selic (taxa básica de juros) em queda, atualmente em 8% ao ano. "Podemos ver uma reversão na tendência de importação com esse cenário", diz. "Acho que, aos poucos, as indústrias podem voltar a receber pedidos. Se ficar mais barato, será mais vantajoso produzir e contratar mão de obra local."

O diretor avisa, porém, que a retomada vai demorar um pouco, pelo menos até o segundo trimestre do ano que vem. "O modelo de crescimento não será mais baseado no consumo, mas em investimento, favorecido pelo cenário e pelas obras de infraestrutura, que vão movimentar bastante a construção civil."




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