Economia Titulo Veículos
Setor de autopeças tem queda de 3% no faturamento

Segmento, que gera 220 mil empregos no País,
encolherá até 5% os postos de trabalho em 2014

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/05/2014 | 07:28
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Arquivo/DGABC


A retração das vendas de carros e a decisão das montadoras de parar as produções para ajustes de estoques levaram o setor de autopeças a registrar queda de 3,1% no faturamento real (descontada a inflação) no primeiro trimestre na comparação com igual período de 2013. Os números são do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes Automotores).
 
Isso porque, ao reduzirem a atividade, colocando funcionários em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho), férias coletivas e licença remunerada, as fabricantes de veículos reduzem de forma significativa as encomendas e, com isso, além de impactar o faturamento dos fornecedores, também obriga a cadeia automotiva a diminuir o quadro de funcionários.
 
Em março, na área de autopeças, a retração nos empregos foi de 1,5% na comparação com o mesmo mês de 2013, de acordo com dados do Sindipeças. Nesse cenário difícil para a comercialização de veículos – não só no mercado interno, mas também no Exterior –, o segmento, que gera 220 mil empregos no País, deve encolher em 4% a 5% os postos de trabalho neste ano, projeta a entidade. Isso significaria o corte de 11 mil vagas.
 
Segundo o empresário Mario Milani, que é conselheiro do sindicato, as perspectivas para este ano não são animadoras. “Na minha empresa, haverá redução de 40% no faturamento (em relação ao mês anterior); esse é, mais ou menos, o número do setor de autopeças em geral”, diz, acrescentando que em maio já houve queda de 15% ante abril.
 
Milani afirma ainda que a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) está para rever projeção para 2014 – no início do ano, havia previsto crescimento de 1,1% nos licenciamentos neste ano –, mas a entidade das autopeças já trabalha com a expectativa de 5% a 10% de retração na comercialização de carros novos no mercado nacional. “A coisa está delicada, não há nacionalização de itens (ou seja, ampliação das compras de peças nacionais pelas montadoras), não estão nem cotando (fazendo cotações para pedidos)”, observa o empresário Emanuel Teixeira, que é diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André.
 

IMPORTAÇÃO

Mesmo com o programa Inovar-Auto, do governo federal, que estabelece incentivo para fabricantes que fizerem veículos com pelo menos 65% de conteúdo nacional (componentes feitos no País), os números da balança comercial do setor de autopeças seguem cada vez mais deficitários. No primeiro trimestre, o saldo negativo (importações maiores que exportações) já chega a US$ 2,2 bilhões. O Sindipeças projeta US$ 10,2 bilhões para este ano. 




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