Política Titulo Obra da Câmara
Aprovado há um ano, pedido por auditoria gera crise na presidência

Bancadas de PSD e DEM marcam reunião com Tião e ameaçam retaliação se pente-fino não sair

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
04/05/2014 | 07:24
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Nario Barbosa/DGABC


Aprovado há um ano, o requerimento solicitando à presidência da Câmara de São Bernardo a admissão de auditoria para avaliar contrato e obra para construção do prédio legislativo pode gerar crise profunda na mesa diretora.

Integrantes da bancada do PSD e DEM se reúnem nesta semana com o presidente da Casa, Tião Mateus (PT), para pressionar a contratação de empresa especializada no pente-fino no acordo com a Construtora Cronacon, que recebeu R$ 34,1 milhões para executar o serviço – inicialmente seria reforma da estrutura (com custo de R$ 28,4 milhões), mas na prática se tornou edificação da Câmara.

“Haverá discussão mais forte com a presidência. Vamos definir qual caminho a ser tomado. Porque não vemos motivos para segurar a auditoria. O próprio presidente (Tião) deu entrevistas se mostrando favorável à avaliação do contrato”, adiantou o vereador Fábio Landi, presidente municipal do PSD.

“A meu ver, o que falta é vontade política. O requerimento está aprovado há um ano, a Casa tem dinheiro para contratar auditoria”, seguiu Mauro Miaguti, mandatário do DEM em São Bernardo.

O pessedista afirmou que pode haver retaliação. Ele não quis citar quais atitudes deve tomar, mas funcionários da Casa não descartam a renúncia de Landi da vice-presidência do Legislativo. A medida seria a mais drástica, mas dificultaria o trabalho de Tião à frente da mesa diretora, já que pessedistas e democratas indicaram diretores de áreas vitais da Câmara.

Landi cogitou, mas evitou colocar na rua licitação para admitir empresa especializada na auditoria quando Tião ficou internado pouco mais de uma semana para se recuperar de infarto.

Travada na Câmara, a investigação segue na Promotoria de São Bernardo. O promotor Marcelo Sciorilli abriu inquérito civil para apurar se houve irregularidade na execução da obra e no contrato firmado pelo ex-presidente Hiroyuki Minami (PSDB) com a Construtora Cronacon.
Já se sabe, por exemplo, que a intervenção andou por sete meses sem que houvesse empresa de fiscalização e medição dos trabalhos.

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) também analisa o acordo e o serviço feito.




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