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Marino supera ato racista, mas cobra punição severa aos infratores
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
12/04/2014 | 14:08
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Ricardo Trida/DGABC


 O dia seguinte do volante Marino, do São Bernardo, vítima de racismo no confronto contra o Paraná, quinta-feira, serviu para esfriar a cabeça. O jogador voltou de Curitiba ao Grande ABC de ônibus junto com o restante da delegação do Tigre e teve tempo para pensar no que ocorreu no Estádio Durival de Britto.

 Após ser expulso de campo na derrota do São Bernardo para o Paraná, por 3 a 1, que culminou com a desclassificação do time do Grande ABC da competição, o volante teria sido chamado de “macaco” e “gorila” por dois torcedores.

 “Nunca havia passado por situação como aquela, fiquei assustado, chorei bastante. Não imaginava sofrer isso. Agora estou mais tranquilo, ao lado dos meus familiares, que me deram todo o suporte. Somos evangélicos e temos certeza de que a justiça de Deus será feita”, comentou o volante.

Assim que saiu do Durival de Britto, Marino foi levado pelos dirigentes do Tigre para a delegacia mais próxima e registrou boletim de ocorrência. Segundo o presidente Luiz Fernando Teixeira, o documento será enviado na segunda-feira para que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tome as devidas providências.

“Vamos notificar a CBF e cobrar punição. Na esfera esportiva o resultado não será alterado, perdemos o jogo e estamos eliminados. Mas queremos que os torcedores que cometeram essa atitude sejam punidos. Nossa queixa é exclusivamente sobre o crime de racismo”, explicou Luiz Fernando.

Marino também disse esperar punições severas aos torcedores. “Tem que punir, porque no outro dia pode ser outra pessoa. Que esse constrangimento sirva ao menos para que ninguém mais passe pelo que eu passei. Já superei, mas vou fazer de tudo para que haja punição”, ressaltou Marino. 

OUTROS CASOS

A temporada 2014 do futebol vem sendo marcada por casos consecutivos de crimes de racismo. Antes de Marino, o volante Tinga, na partida entre Cruzeiro e Real Garcilaso (Copa Libertadores), o volante Arouca, no duelo entre Santos e Mogi Mirim (Campeonato Paulista), e o árbitro Márcio Chagas, no confronto entre Esportivo e Veranópolis (Campeonato Gaúcho), também sofreram ofensas racistas.

Enquanto os primeiros dois crimes foram transformados em multas, no último caso, envolvendo o Esportivo de Bento Gonçalves, o time foi condenado em julgamento no pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul, perdeu nove pontos e, consequentemente, foi rebaixado para a Segunda Divisão do Gauchão.

Além dos pontos, o Esportivo foi punido com a perda de seis mandos de campo e multa de R$ 30 mil. A equipe ainda pode recorrer ao STJD.




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