Lotada na Prefeitura de Santo André, a ex-prefeita de Ribeirão Pires Maria Inês Soares (PT, 1997-2004) pediu demissão do cargo de assessora especial da Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo. A exoneração foi publicada ontem no Diário Oficial do município. A petista, de 59 anos, alegou que o Paço, governado pelo correligionário Carlos Grana, era muito longe de sua casa e que já não aguentava mais essa rotina diária. “Tinha de acordar cedo. Uma hora e meia de trânsito para ir e depois na volta. Não estava mais a fim.”

Após ser derrotada na eleição de 2012, em Ribeirão, Maria Inês foi indicada para atuar em Santo André. Iniciou o trabalho em janeiro do ano passado, logo quando Grana entrou na Prefeitura, com expediente a partir das 9h – são cerca de 20 quilômetros entre uma cidade e outra. “O horário é rígido. Na minha idade, quase 60 anos, estou procurando algo mais flexível, talvez até (tarefa) de casa e retornar a dar aula”, disse a ex-prefeita, descartando possibilidade de desgaste político contra qualquer integrante do Paço andreense. “Foi estritamente questão de ordem pessoal. Sem problema com o secretário (Alberto Alves de Souza) ou o prefeito”, frisou.

Evitando cotidiano complexo, a petista busca retomar proposta de ser professora em faculdade. “Essa é minha preferência. Tenho mestrado. Daria para escolher as áreas de atuação”, assinalou. Maria Inês trabalhou durante esse período de um ano e três meses no Paço dentro do departamento de gestão de projetos e monitorava os convênios com a Caixa Econômica Federal relacionados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Pelo posto comissionado, tinha remuneração mensal de R$ 6.747.

A ex-prefeita avisou Grana sobre sua saída no fim de 2013. De lá para cá, ela aguardou a chegada de quadro técnico para substituí-la no cargo. “Não queria deixar (o serviço) descoberto”, resumiu Maria Inês. No seu lugar, ingressará José Garcia Vicente Filho, admitido na mesma data da exoneração da petista. “Não é do meu convívio pessoal, mas sei que é do PT, possui qualificação, tem currículo interessante, experiente (ao posto)”, disse.

SEM MANDATOS
Depois de dois mandatos à frente da Prefeitura de Ribeirão, Maria Inês não conseguiu outro sucesso eletivo. Em 2008, ela foi candidata a vereadora. Obteve 1.562 votos, insuficientes para garantir vaga na Câmara. Com o revés, a petista atuou por quatro anos em Mauá, na terceira passagem de Oswaldo Dias pela administração municipal, como assessora de gabinete. Em 2012, tentou voltar à cadeira máxima do Executivo, mas ficou na segunda colocação, com 15,5 mil sufrágios.