Cultura & Lazer Titulo Preta Gil
Contra o preconceito e com suingue
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
12/08/2012 | 07:08
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Uma década já se passou desde que decidiu trilhar o caminho da música. Filha de Gilberto Gil - que comemora 70 anos - e mãe de Francisco Gil, 17, Preta Gil completa dez anos de estrada e lança 'Sou Como Sou' (Universal Music, R$ 21,90 em média), quarto disco da carreira e terceiro de estúdio.

Para comemorar, ela não poderia ter tido presente melhor: seu pai e seu filho participam da nova empreitada. E talvez esse seja o grande trunfo de 'Sou Como Sou'. Enquanto Gilberto Gil, do alto de sua experiência, contribui com a inédita 'Praga', o jovem Francisco tira do bolso a suingada e também inédita 'Mulher Carioca' - canção que integra a trilha sonora da novela 'Avenida Brasil', da Rede Globo.

"É muita emoção ter minha raiz, meu pai, e meu fruto, meu filho, nesse disco. São os dois homens mais fortes da minha vida", conta Preta. "Meu pai me educou, me deu base. Meu filho me dá amor puro. São os dois homens mais importantes da minha vida coroando esse momento. É a primeira música que meu pai faz para mim, aos 70 anos. E meu filho aos 17", conta a cantora.

Com produção de Fábio Lessa e Rannieri Oliveira, o álbum chega às prateleiras composto por 11 canções. Independentemente do tom alegre e das batidas dançantes, Preta aproveita o cenário para criticar comportamentos sociais. Responsável por abrir a obra, a faixa homônima, assinada por Alex Góes, é bom exemplo.

A cantora escancara exigências feitas pela sociedade para que as pessoas sejam aceitas. "Tem que ser branco, tem que ser alto, tem que ser magro, tem que ter saldo no banco...", diz a letra. Segundo Preta, tudo o que a canção fala é o que ela pensa. "Quem foi que disse que para ser feliz eu tenho de ser magra ou alta?", questiona. "A gente tem que respeitar e amar cada um pela sua essência. Rótulo é algo da sociedade consumista. Eu luto há anos contra o preconceito. Nada de rótulos, tem de ter é caráter", afirma.

'Sou Como Sou' nasceu aos poucos, sem pressa, na estrada, durante a turnê 'Noite Preta'. De acordo com a cantora, foi feito ao longo de nove meses. "Foi sem data de lançamento. Eu tinha vontade de reunir essas músicas. Ia, gravava entre os espaços de um show e outro. Voltava de viagem no domingo e gravava algo na segunda. Fomos trabalhando no avião, não paramos para fazê-lo. Quando ficou pronto, ficou", conta.

Preta diz que foi o disco "mais na boa" que fez. "As músicas foram chegando e assim foi indo", afirma. Ao lado de Fábio Lessa e Ricardo Marins ela assina a canção 'Se Quiser Saber'. Além de Ana Carolina, que assina 'Batom', outro que contribui é o cantor Thiaguinho, com 'Tá Fácil'.

Além desses, o compositor carioca Duh Marinho conseguiu espaço no disco com a faixa 'Babado Forte'. Tudo se deu a partir de um concurso que Preta fez na internet em busca de novos compositores. "Criamos um concurso. Escutei mais de 5.000 músicas. Depois coloquei 30 na internet e os fãs escolheram uma. Fiquei surpresa com o Duh, ele é uma grande revelação."




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