Economia Titulo Trabalho
Cai emprego em comércio
de alimentos na região

Mês de janeiro tem o menor saldo desde
2008; atualmente são 32.105 ocupados

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
30/03/2014 | 07:16
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Claudinei Plaza/DGABC


O setor de comércio varejista de gênero alimentício na região teve o pior mês em relação à geração de emprego desde 2008. Em janeiro, o saldo ficou negativo em 690 trabalhadores nas sete cidades, segundo levantamento da FFA Consultoria para o Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios).

Apesar de o início do ano ser conhecido tradicionalmente como período de redução no emprego, o volume de demissões foi mais intenso do que no mesmo mês em 2013, quando o saldo ficou negativo em 422 profissionais, diferença de 238 pessoas.

Em janeiro, atuavam no subsegmento do comércio, com carteira assinada, 32.105 trabalhadores. O número teve quedas consecutivas desde agosto do ano passado, quando 32.809 estavam empregados.

Segundo o economista da FFA Consultoria responsável pelo levantamento, Fábio Pina, o custo da mão de obra para o empresário tem relação direta com o número de empregados que vem diminuindo.

“O que temos é um grande aumento de custo de mão de obra. Os salários dos trabalhadores cresceram acima da inflação. Mais do que dobraram em 10 anos. E as vendas não acompanharam esse crescimento”, diz.

Segundo ele, a tendência é que o número de desocupados continue a subir. “Se a gente seguir aumentando este custo, a diminuição (de empregos) vai continuar. Hoje em dia, já temos mais custos do que o empresário do varejo pode arcar. Somado aos benefícios, é pago do valor total do salário, metade para o empregado e a outra metade para o governo.”

Já o presidente do Sincovaga, Álvaro Furtado, é mais otimista. “Janeiro e fevereiro costumam ser mais fraco, já que são meses de férias e Carnaval, o que diminui as contratações. Além de ter a revisão de quadro, onde são demitidos trabalhadores que não correspondem à expectativa, por exemplo”, afirma.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Grande ABC, José Carlos Buchala, tem a mesma opinião e acredita em breve recuperação do setor.

“Neste período, aquele consumidor que mantém o comércio está relativamente endividado, já que foi incentivado a fazer dívidas (sazonais). Começo de ano é sempre mais pesado, mas acredito que devemos voltar à normalidade em maio, tanto que empresas já estão pedindo trabalhadores.”

QUALIFICAÇÃO

Os especialistas também destacam que os profissionais do comércio não são estimulados a crescer dentro do ambiente de trabalho.

“Faltam incentivos das empresas, que deveriam ter programa como as indústrias que têm plano de carreira e acabam estimulando o estudo. Além disso, é um ambiente em que se trabalha fins de semana e feriados, o que acaba gerando fuga de trabalhadores para outros setores”, opina Buchala.

Para Pina, o trabalhador também encontra poucas opções de especialização no mercado. “A qualificação é cada vez pior, e o trabalhador não encontra informações para ter uma melhor formação”, diz. 




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