Política Titulo Mauá
Sob tensão, Câmara ainda não afasta Batoré

Governo de Mauá e G-12 travam duelo na primeira sessão após decisão da Justiça contra vereador

Gustavo Pinchiaro
do Diário do Grande ABC
26/03/2014 | 07:11
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Orlando Filho/DGABC


 A primeira sessão ordinária da Câmara de Mauá depois do pedido de afastamento do vereador Ivann Gomes, o Batoré (PRB), feito pela juíza Maria Eugênia Pires Zampol, da 1ª Vara Cível, que acolheu denúncia do Ministério Público de improbidade administrativa, registrou clima de tensão nos bastidores.

Sem travar os tradicionais debates na tribuna, os vereadores suspenderam os trabalhos e ficaram reunidos a portas fechadas por mais de uma hora e meia. Quando retornaram, discutiram rapidamente a ordem do dia, que não contava com assunto polêmico, e encerraram o expediente.

Os dois primeiros suplentes da coligação PP-PMDB-DEM, a qual elegeu Batoré, – Wanessa Bomfim (PMDB) e Adelto Cachorrão (PP) – estiveram no Legislativo para cobrar posicionamento do presidente, Paulo Suares (PT). “Estamos aguardando um parecer do setor jurídico da Casa. O certo é que não vamos convocar nenhum dos suplentes. É uma suspensão remunerada, nós não temos condições de pagar mais um salário (R$ 12.025) de vereador”, definiu o petista, que tem até 8 de abril para cumprir a ordem judicial.

Sobre a reunião fechada, os parlamentares disseram que serviu para ajustar questões internas. “Não debatemos essa questão na reunião, porque a decisão de acatar cabe apenas à mesa diretora”, definiu Suares. Nos bastidores, entretanto, o recém-formado G-12, intitulado de independente e que tem medido forças com a bancada governista do prefeito Donisete Braga (PT), pressionou o presidente a não acatar a determinação judicial. A avaliação é de que o governo tenta se aproveitar da situação e emplacar manobra para retomar maioria no plenário.

Sem Batoré e com 22 vereadores, o plenário ficaria dividido com 11 em cada lado. Suares passaria a votar nas discussões e ainda contaria com o voto de minerva, o que na pratica representaria 12 a 11 a favor do Paço.

Em caso de condenação em trânsito julgado por improbidade administrativa, Batoré teria o mandato cassado e a primeira suplente, Wanessa, assumiria o posto. No entanto, o republicano deixou o PP em 2013, sigla que cobra o mandato embasado na Lei de Fidelidade Partidária. Na hipótese de decisão favorável aos progresistas, Cachorrão, segundo suplente, afirma que a vaga seria dele, pois o mandato pertence ao partido e não à coligação.

“Espero ser convocada para assumir a vaga, já que o Batoré será suspenso. A lei deve ser cumprida”, disse a peemedebista, com o diploma de primeira suplente em mãos. “Meu nome está na boca do povo, é bom. A expectativa de assumir o mandato é grande”, afirmou Cachorrão.

Batoré e Admir Udovic Silva, conhecido como Juca, chefe de gabinete do republicano que também sofreu pedido de afastamento do cargo, são acusados pela promotora de Justiça de Mauá, Letícia Lourenço Costa, de recolher entre 30% e 50% dos vencimentos de seus funcionários, prática conhecida como pedágio. Eles negam. A suspensão da dupla é uma medida cautelar e terá efeito durante o colhimento de depoimentos por parte da Justiça. 




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