A oposição ao governo Luiz Marinho (PT) vai conduzir ao Ministério Público relatório produzido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) apontando série de irregularidades em oito das nove UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24 horas) de São Bernardo. As críticas do TCU às obras foram publicadas ontem pelo Diário.

Bancada do PPS garantiu que haverá reunião nesta semana para produção da peça que será encaminhada à Promotoria de Justiça de São Bernardo. “As UPAs foram marcas do governo que aí está e vemos que há precariedade das obras. Falta responsabilidade com o dinheiro público, por isso temos de acionar o MP”, relatou o deputado estadual Alex Manente (PPS).

Intenção dos populares-socialistas, além de levar o caso à Promotoria de São Bernardo, é protocolar pedido de investigação no setor de crimes de prefeitos no MP estadual. “Temos todos os elementos para solicitar uma ação do MP. Para onde foi parar o dinheiro de manutenção e de boa construção das UPAs?”, indagou o vereador Julinho Fuzari (PPS).

Relatório assinado pelo ministro do TCU Benjamin Zymler indicou diversas irregularidades na construção das UPAs Alves Dias/Assunção, Baeta Neves, Demarchi/Batistini, União/Alvarenga, Riacho Grande, Rudge Ramos, Pauliceia/Taboão e Vila São Pedro.

Entre as falhas apontadas estão ausência de projeto executivo para erguer os equipamentos, falta de acessibilidade e danos estruturais nos prédios inaugurados no primeiro mandato de Marinho. O governo petista informou ter programa de revitalização das unidades.

MORANDO

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) cobrou da base governista de Marinho na Câmara a instauração de investigação do caso, assim como abertura de apuração para outras denúncias envolvendo a administração municipal. “Já passou da hora de os vereadores apurarem a falta de transparência desta gestão. Não dá mais para jogar a sujeira para baixo do tapete.”

O tucano citou a adesão do parlamentar situacionista José Alves da Silva, o Índio (PR), à CPI dos Uniformes, para avaliar licitações superfaturadas para compra de kits escolares, como uniforme, mochila e tênis. O Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) comprovou desvio de R$ 3 milhões na aquisição de calçados escolares. “A população tem cobrado nas ruas sobre a falta de transparência da administração.”