Política Titulo Vereador
Justiça pede afastamento de Batoré do cargo de vereador

Parlamentar é acusado de recolher parte de salário de assessores; ele nega; Legislativo tem 15 dias para acatar

Raphael Rocha
Gustavo Pinchiaro
22/03/2014 | 07:39
Compartilhar notícia
Ari Paleta/DGABC


A juíza Maria Eugênia Pires Zampol, da 1ª Vara Cível de Mauá, pediu ontem afastamento do vereador Ivann Gomes, o Batoré (PRB), por improbidade administrativa. Ele é investigado pela Promotoria de Justiça da cidade e pelo Gaeco ABC (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) por supostamente recolher parte de vencimentos de seus assessores.

A magistrada acatou denúncia da promotora Letícia Lourenço Costa, que também solicitou bloqueio de valores que teriam sido angariados pelo parlamentar. Além de Batoré, a ação também envolve Admir Uduvic da Silva, conhecido como Juca, chefe de gabinete do republicano. De acordo com MP e Gaeco, Juca era o responsável direto por arrecadar salários dos funcionários.

De acordo com investigação das instituições, entre 30% a 50% dos rendimentos de oito assessores de seu gabinete e de dez servidores comissionados indicados na Prefeitura eram divididos. A prática, conforme denunciou alguns ex-assessores do vereador, foi combinada após vitória do humorista nas urnas em 2008.

Ex-funcionários afirmaram que Batoré combinou que recolheria parte dos salários durante seis meses, sob alegação de que teria de pagar aliados que o ajudaram na eleição, mas que não haviam sido contemplados com cargos no Legislativo ou no Executivo.

Os valores de vale-alimentação oferecido pela Câmara aos servidores, segundo a apuração, também seriam devolvidos.

Presidente da Câmara, Paulo Suares (PT) disse que não foi notificado pela Justiça sobre o caso. A juíza Maria Eugênia concedeu prazo de 15 dias para que Suares cumpra a decisão. Após tomar ciência do documento, o chefe do Legislativo vai consultar o departamento jurídico para saber como será o procedimento do caso. O afastamento pode ser por ato direto da mesa diretora ou ser votado pelo plenário.

Batoré tem negado veementemente a acusação, mas não quis comentar o despacho. O salário de vereador em Mauá é de R$ 12.025.

Sua cadeira deve ser ocupada pela primeira suplente da coligação PP-PMDB-DEM, Wanessa Bomfim (PMDB), apesar de o PP ainda requisitar a vaga. Neste caso, assumiria Adelto Cachorrão (PP).
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;