Diarinho Titulo Futebol
Craques na mesa

Quem gosta de futebol já quis comandar o time inteiro e
atuar em várias posições; no futebol de botão é possível

Bruna Gonçalves
do Diário do Grande ABC
12/08/2012 | 07:00
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Quem é apaixonado por futebol já quis um dia comandar o time inteiro e atuar em várias posições ao mesmo tempo. Se em campo é impossível, no futebol de botão dá para tirar de letra. A brincadeira não impõe limite físico, de tamanho nem de idade. Importante mesmo é ter habilidade com as mãos.

Se na infância dos avós e pais era febre, a diversão anda meio esquecida entre os mais jovens. Na opinião de Gabriel Alves dos Santos, 10 anos, de Santo André, as crianças de hoje preferem as tecnologias. "Mas acho que o futebol de botão tem mais ação do que os jogos de videogame."

O menino aprendeu a diversão com o primo mais velho, quando tinha 8 anos. Agora, tem cerca de dez times. Seu preferido é o Corinthians. Por ser filho único e não ter vizinhos da mesma idade, costuma brincar com o pai ou familiares. "Já fiz campeonato em casa. Perdi na semifinal para meu pai."

Os amigos Leonardo da Mota de Oliveira, 11, Vitor Angotti da Silva, 11, e Giovanni Zucco Orlandoni, 12, de São Caetano, descobriram que a brincadeira também é esporte com o professor de Educação Física da escola. Interessados, começaram a frequentar as aulas neste ano.

Ao contrário do que muitos pensam, não é tão fácil quanto parece. As principais dificuldades são segurar a palheta (utilizada para movimentar os botões sobre a mesa), usar a força ideal para fazer boa jogada e acertar o gol. "Precisa ter paciência e concentração. No início, não sabia dominar o botão", diz Giovanni.

Vitor curte a maneira de praticar a atividade. "Não sou bom com os pés. Sou melhor com as mãos." Com ela, o garoto observou mudança no comportamento. "Antes, se não conseguia fazer algo, desistia. Estou mais paciente."

CAMPO X MESA

Para praticar futebol de mesa é preciso ficar em pé e se deslocar em volta da mesa durante toda a partida. Leonardo acredita que o esporte lembra o xadrez. "Exige muito raciocínio antes de jogar."

Segundo os meninos, tem também rivalidade semelhante à do campo. Mas discussões e brigas são menos frequentes. E como em qualquer esporte, é necessário dedicação para melhorar.

 

Saiba mais

Você já deve ter escutado os nomes futebol de mesa e futebol de botão. Quem pratica a modalidade prefere a primeira denominação. A ideia é fazer com que seja cada vez mais reconhecida como esporte e que as regras sejam respeitadas. Futebol de botão é a maneira popular de chamar a brincadeira, comum na infância de muitos adultos.

Além do Brasil, o futebol de mesa é praticado em vários países da América do Sul (como Argentina, Chile e Uruguai), Europa (Espanha, Itália, Portugal, Croácia, Hungria e Romênia) e no Japão.

Para mandar bem no futebol de mesa é necessário ter boa coordenação motora, concentração e disciplina. O bom preparo físico ajuda a manter-se bastante tempo em pé sem cansar.

Em 14 de fevereiro é comemorado o Dia do Botonista (jogador de futebol de mesa). É homenagem a Geraldo Décourt, que nasceu nessa data, em 1911. A celebração tornou-se oficial no Estado de São Paulo em 2001.

O Clube Recreativo e Esportivo Fundação (Rua Ceará, 509), em São Caetano, oferece aulas gratuitas de futebol de mesa para meninos e meninas a partir dos 10 anos. Aos sábados, das 13h às 16h. Informações: 4229-8755.

De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, o tamanho oficial da mesa é de 1,20 m de largura por 2,40 m de comprimento. O botonista pode usar as duas mãos ou uma para fazer a jogada. Há quem diga que apenas uma facilita a visualização do passe. Existem vários modelos de discos (botão) e a escolha do material é importante; o de acrílico desliza mais.

Em junho deste ano a Seleção Brasileira de Futebol de Mesa foi bicampeã mundial na modalidade 12 toques (conhecida como regra paulista). Venceu a equipe da Itália.

 

Consultoria do professor de Educação Física e jogador de futebol de mesa Silvio Alexandre Corujeira.




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