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Tuco - tuco vive no subterrâneo
Bruna Gonçalves
do Diário do Grande ABC
12/08/2012 | 07:00
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Tatiane Farnel/Divulgação


Ao encontrar na natureza um montinho de terra ao lado de um buraco, cuidado! Pode ser a casa do tuco-tuco. Mas vê-lo andando por aí não é tarefa fácil. O roedor - que lembra o porquinho-da-índia - vive a maior parte do tempo debaixo da terra, em galerias (longos corredores). O abrigo tem cerca de 20 m de extensão. O mamífero o deixa apenas para buscar comida (raízes e folhas, em geral), voltando rapidamente para armazená-la.

Além disso, não habita qualquer região. Existem aproximadamente 60 espécies na América do Sul. Oito delas estão nos Estados brasileiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia, onde vivem em dunas (montes de areia) no litoral, campos (plantações e pastos de gado) e florestas. Seu habitat natural está ameaçado, principalmente pela urbanização.

Pertence ao grupo da capivara, preá e chinchila. A pelagem pode ser branca, amarronzada ou preta. Mede, em média, 30 cm de comprimento e pesa 200 g. Seu corpo é estreito para facilitar a locomoção embaixo da terra. Possui dentões fortes e resistentes que ficam fora da boca e são usados para auxiliar as patas na escavação de buracos.

Tem hábito solitário, orelhas pequenas e bigodes desenvolvidos, que o ajudam a saber por onde se movimentar no escuro. Esperto, fica sempre atento ao sair da toca para não virar alimento de predadores, como coruja, gavião, cobra, cachorro e gato-do-mato.

A reprodução ocorre de julho a novembro e a gestação dura dois meses. Costumam nascer dois filhotes. A expectativa de vida é de cinco anos.

Saiba mais:

O tuco-tuco tem esse nome por emitir som parecido com a palavra, usado para se comunicar. O barulho é produzido na toca e faz eco, permitindo que outros o escutem.

Espécies de tuco-tuco podem desaparecer em poucos anos. É o caso da Ctenomys flamarioni (acima). Encontrada apenas no litoral do Rio Grande do Sul, sofre com o avanço das construções feitas pelo homem e o aumento do nível do mar. Já a Ctenomys minutus (ao lado) é vista no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

 

Apesar de parecida, marmota não é parente

Já ouviu falar na marmota? Encontrada em países do Hemisfério Norte, é parecida com o tuco-tuco. Entretanto, os mamíferos não são parentes próximos. Algumas características físicas e hábitos são semelhantes porque ambos vivem embaixo da terra.

A marmota é pequeno roedor de pernas curtas e cauda peluda (que lembra a do esquilo, um de seus primos). Cava tocas subterrâneas, onde hiberna no inverno.

Nos Estados Unidos há tradição que faz da marmota Phil famosa meteorologista. Todos os anos, em 2 de fevereiro, é colocada diante da multidão que espera sua previsão sobre a duração do inverno. Acredita-se que se a sombra dela for vista, o frio vai durar mais seis semanas; caso contrário, a primavera chegará mais cedo.

 

Consultoria do biólogo Thales Renato Ochotorena de Freitas, professor do Departamento de Genética e coordenador do Projeto Tuco-Tuco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.




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