O G-9, grupo de vereadores de Mauá que se intitulam independentes, venceu a queda de braço com a base de sustentação ao prefeito Donisete Braga (PT). Os parlamentares conquistaram apoio de mais três colegas da Casa, transformando o grupo em G-12. A bancada governista diminuiu e o bloco já tem maioria. A manobra será oficializada hoje, em coletiva de imprensa marcada para ocorrer às 13h30, na Câmara.

Formada por parlamentares do PTdoB, PMDB, PSDB, PRB e PR, a ala independente conta agora com Edgar Grecco, Severino Cassiano de Assis, o Severino do MSTU (ambos do Pros), e o oposicionista Manoel Lopes (DEM).

Mesmo o G-9 tendo se posicionado favorável à maioria dos projetos enviados por Donisete, o clima entre as duas correntes havia esquentado nas últimas semanas. A intenção do Paço era de ampliar o leque de apoiadores para garantir extensa maioria ao prefeito no Legislativo e ter certeza de que os principais projetos do Executivo seriam aprovados sem precisar do crivo dos nove parlamentares.

Porém, com apenas dez votos a seu favor – o presidente da Câmara, Paulo Suares (PT), não vota –, o chefe do Executivo fica dependente da atuação do agora G-12. Para emplacar alguma proposta, precisa do apoio de pelo menos 15 dos 23 parlamentares.

Apesar da ampliação do grupo, Grecco destacou que o objetivo não é imobilizar o governo, “Isso não significa que vamos agir como oposição, até porque não estamos a fim de fazer oposição contra tudo e contra todos. Vamos continuar votando de acordo com o teor do projeto e sua importância para a cidade”, garantiu.

Questionado sobre o assunto, Manoel Lopes não quis comentar detalhes. O oposicionista limitou-se a confirmar a coletiva agendada para hoje, mas desconversou sobre a pauta que será apresentada à imprensa.

Fontes ouvidas pelo Diário afirmaram que o anúncio do novo G-12 é apenas pano de fundo para divulgação de articulações que devem mexer com o tabuleiro político de Mauá. Os integrantes do recém-projetado G-12 teriam evitado transitar pelos corredores do Legislativo ontem para não levantar suspeitas da empreitada.

Liderado pelo vereador Chiquinho do Zaíra (PTdoB), o grupo de parlamentares independentes mira a eleição para a presidência da Câmara (biênio 2015-2016), já que o posto de vice-prefeito está vago desde que Hélcio Silva (PT) reununciou ao cargo para assumir cadeira na Câmara dos Deputados. Assim, na ausência de Donisete, o presidente do Legislativo assumiria o Paço.