D+ Titulo Conte 1 Conto
Conflito entre gerações é tema da crônica de Fernanda Bottini
Do Diário do Grande ABC
10/03/2014 | 12:34
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Arquivo Pessoal


 Arquivo Pessoal

A crônica desta edição do Conte 1 Conto é de Fernanda Bottini Sinzato, 17 anos, de Santo André (saiba mais sobre ela abaixo).

Carpe Diem

“Vejo ao longe uma velha de aparência cansada, cheia de rugas e marcas de expressão, porém com um sorriso contagiante no rosto. Ao seu lado um garotinho, de aproximadamente 4 anos de idade, jeito de serelepe, com a boca toda lambuzada de sorvete. Confesso que classifiquei a cena como a mais graciosa que já vi.

O garoto espivetado corre em volta da avó, que ri de maneira serena. De repente, ele senta-se ao lado da senhora e encosta a cabeça em seu ombro, e pergunta se ela, quando tinha sua idade, também fazia as coisas que ele faz; ela suspira como se todas suas lembranças tivessem vindo à tona, um sorriso aparece de orelha a orelha.

Poucos segundos se passam, e a bela mulher de meia-idade começa a contar-lhe histórias, memórias e lembranças, como se fossem doces versos de uma linda poesia, esta, escrita por alguém de experiência vasta e que desfrutou das melhores coisas da vida.

O garoto ouve tudo atenciosamente, perdido nas ilustres memórias de sua avó e esquecendo-se do mundo ao seu redor. Quanto mais ela contava, mais fascinado ele ficava, já não lhe importava mais todas aquelas crianças correndo de um lado para o outro, disputando lugares nas balanças da praça, tudo que o interessava era mergulhar naquele mundo desconhecido e cheio de grandes descobertas.

O sol já ia embora e eu continuava a observar, e me encantava mais com aquela cena deliciosamente mágica e intrigante. Como era magnífico ver cada expressão que o garotinho fazia, ora de assustado, ora de profunda alegria e admiração, e a cada traço diferente que se formava em seu rosto; uma sensação real de satisfação tomava conta de mim. Satisfação essa que se devia ao fato de presenciar o momento mais esplendoroso que já pude viver.

Quando os dois já estavam prestes a ir embora, o garotinho abraçou-lhe forte e por fim lhe disse que gostaria de ter vivido naquela época, em que tudo era, com certeza, mais emocionante que seus joguinhos de videogame”. A avó então sorriu e deu-lhe um beijo na testa partindo, assim, os dois de mãos dadas, rumo a novas conversas em bancos velhos de praças de bairro.”

 

Quem é a autora?
Fernanda estuda na Fundação Santo André e sempre gostou de escrever. “Acho fascinante poder transmitir emoções e sentimentos diferentes em palavras”, diz a garota, que amou o livro Quarto, de Emma Donoghue. “Conta a história de um menino fruto de um estupro e que vive em cativeiro há cinco anos com a mãe. Só que tudo isso é relatado na visão dele. É realmente fantástico e profundamente tocante.”

Suas inspirações estão no dia a dia, em tudo o que acontece em sua volta, em especial, nas experiências vividas, sonhos, família e amigos. Para escrever a crônica ao lado, Fernanda pensou em conflito de gerações. “Reflete em como os nossos avós tiveram infância mais divertida sem precisar de tecnologia e em como é incrível ouvir as histórias que contam”, diz a estudante que pretende ser jornalista.

 

* Gostou do texto de Fernanda e ficou com vontade de enviar o seu também? Aproveite aoportunidade! Mande contos, poemas e redações para dmais@dgabc.com.br.




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