As mulheres lideram a demanda por empréstimos no BPP (Banco do Povo Paulista), programa do governo do Estado de São Paulo que oferece crédito com juros de 0,35% ao mês com foco no empreendedorismo. No Grande ABC, elas responderam por 56,3% dos financiamentos concedidos no ano passado.

Do total de 735 contratos assinados, 414 foram solicitados por mulheres. Quanto aos valores, dos R$ 4,35 milhões liberados nas sete cidades (todas possuem unidades da iniciativa), R$ 2,45 milhões foram para as representantes do sexo feminino.

A média da região é um pouco superior à registrada no restante do Estado, em que 51,2% dos empreendedores que procuraram uma das 524 agências do BPP eram mulheres.

De acordo com o diretor-executivo do BPP, Antonio Mendonça, elas foram responsáveis por mais de 17,8 mil contratos firmados em 2013. “Entre as ocupações, podemos destacar as cabeleireiras, as costureiras e as vendedoras autônomas. A mulher busca alternativas para melhoria na qualidade de vida, seja por melhores empregos, seja no mundo do empreendedorismo.”

MUNICÍPIOS - No Grande ABC, em cinco das sete cidades elas foram hegemônicas. Em Rio Grande da Serra foi onde o sexo feminino mais predominou, com 65,71% dos valores emprestados. Elas financiaram R$ 137,1 mil em 23 operações. Na sequência, vem Ribeirão Pires, em que elas responderam por 61,48% do total, com 75 pedidos que somaram R$ 371,8 mil.

Em terceiro lugar aparece São Caetano, onde houve 55 demandas femininas, que totalizaram R$ 348.4 mil (58,51%). Na unidade de Santo André, foram realizadas 116 operações para as mulheres no valor de R$ 674.1 mil (56,04% do total). Em São Bernardo, elas assinaram 118 contratos que somaram R$ 753.9 mil (53,15%).

Na agência de Diadema, a última a ser inaugurada na região, em abril, foram realizadas 26 operações por elas no valor de R$ 144.3 mil (48,15%). Em Mauá, houve apenas um contrato assinado por mulher, no valor de R$ 6.500, o que representa 25% do total concedido na cidade.

Podem realizar o empréstimo profissionais liberais, pequenos comerciantes, motoristas, cabeleireiros e costureiras, formalizados ou não, contanto que comprovem atividade exercida e indiquem o que será adquirido com os recursos, que podem ser usados para abrir negócio, comprar instrumento de trabalho ou ampliar a produção. O montante, portanto, não pode ser destinado ao pagamento de dívidas, como cheque especial.