Líder do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na Câmara, José Ferreira (PT) afirmou que não há influência da administração para brecar a votação da Lei da Ficha Limpa para servidores municipais porque “o tema nem foi pautado pela Prefeitura.”

Segundo o petista, o debate não é tabu no Executivo e que, caso a legislação seja aprovada, não ocasionará problemas para a gestão Marinho porque ela é “transparente”. “Pessoalmente, não vejo respingo (ao governo)”, avaliou.

Zé Ferreira disse que a administração “tem cuidado dos problemas da cidade” e ainda não se debruçou sobre o projeto apresentado pelo petista Paulo Dias. “Por enquanto há discussão só na Câmara”. Questionado sobre a possibilidade de veto de Marinho ao texto caso ele seja referendado pela Casa, Ferreira não descartou a chance. “O Executivo tem sua competência de aprovar totalmente, parcialmente ou vetar.”

A proposta de Ficha Limpa a funcionários comissionados protagonizou a sessão de quinta-feira, quando entrou em regime de urgência na pauta de votações dos vereadores. O parlamentar Julinho Fuzari (PPS) apresentou dois pedidos de adiamento e emplacou postergar o debate por duas sessões. Para o popular-socialista, o projeto tem pontos superficiais, como não enquadramento em julgamentos de crime culposos e de delitos de menor potencial ofensivo.

José Cloves (PT) ingressou com recurso contra o adiamento, utilizando dispositivo do regimento interno. O departamento jurídico da Casa não interpretou a tempo a manobra de Cloves e o presidente Tião Mateus (PT) foi obrigado a encerrar a sessão. O projeto de lei retorna à pauta na quarta-feira, como item prioritário.