Os aposentados e pensionistas do Grande ABC estão preocupados com as suas dívidas acumuladas no fim do ano passado e também com as contas sazonais de começo do semestre. Isso é o que aponta o balanço do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sobre o volume de crédito consignado liberado para os seus segurados nas sete cidades.

No primeiro mês, o órgão federal registrou a liberação, por parte das instituições financeiras, de R$ 74.257.676,54 por meio dos empréstimos consignados. O montante representou aumento nominal da ordem de 8,69% em relação ao mesmo perído do ano passado.

Em janeiro de 2013, revela o levantamento do INSS, os beneficiários do Ministério da Previdência Social contrataram R$ 68.318.049,86 na região.

Aplicando a inflação de 12 meses encerrados em dezembro, com base no indicador mais próximo da realidade da reigão, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que mede a variação dos preços na Capital, a demanda por crédito consignado dos aposentados e pensionistas teve aumento real de 4,62%.

E isso ocorreu mesmo com queda de 2,44% no número de beneficiários que contrataram a operação. Passou de 23.296, em janeiro de 2013, para 22.727, no primeiro mês deste ano.

Uma das explicações para esta queda é o limite de empréstimos consignados para cada um dos segurados. Conforme a legislação brasileira, é possível apenas uma operação de cada vez.

No fim das contas, o valor médio das contratações aumentou. Teve um incremento real de 7,25%. Saltou de R$ 3.046 para R$ 3.267.

PERÍODO

A sazonalidade do mês explica muito do aumento do tíquete médio do consignado para essa população. Coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo e professor de Economia da instituição de ensino, Sandro Maskio avalia que há um impacto da alta da inadimplência do fim do ano passado, como também do endividamento maior das famílias, no resultado de alta real do valor médio emprestado.

“O que pode estar acontecendo é o pessoal buscando essa alternativa de crédito para saldar outras operações que são mais caras. Isso, claro, para aqueles que ainda têm crédito no mercado”, explica Maskio.

Ele acrescenta ainda que as contas de começo de ano, principalmente o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que mais atinge a categoria, podem ter estimulado os segurados a contratarem o cosignado.

PÚBLICO

O empréstimo consignado é o mais barato disponível para o consumo. Ele é liberado apenas para os trabalhadores, cujos empregadores têm convênios com os bancos, funcionários públicos, com os governos sob a mesma condição, e aos aposentados e pensionistas.

Seu custo inferior em relação aos demais ocorre porque há pouco risco para as instituições financeiras, tendo em vista que as parcelas são descontadas direto na folha de pagamento dos contratantes.

São Bernardo busca mais crédito dentro do Grande ABC

Os aposentados e pensionistas de São Bernardo foram os que mais contrataram empréstimos consignados na região em janeiro, revelou levantamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Conforme o órgão federal, a demanda atingiu R$ 23.152.090,53, alta nominal de 6,5% em relação ao volume registrado no primeiro mês de 2013, quando a cidade também liderou em dinheiro emprestado pela modalidade.

Como ocorreu na média da região, o número de operações caiu na comparação entre os meses. Em janeiro foram 6.641, com um tíquete médio de R$ 3.486, contra 7.079 empréstimos no primeiro mês de 2013, com valor médio de R$ 3.070.

Em seguida aparece Santo André (6.410), com R$ 21.410.416,71, Diadema (3.365), com R$ 10.595.410,01, Mauá (3.017), com R$ 9.031.616,33, e São Caetano (1.893), com R$ 6.018.427,08.

Ribeirão Pires teve 1.159 operações, que somaram R$ 3.567.339,29, e Rio Grande da Serra, R$ 482.376,59, em 242 empréstimos.

BRASIL

De acordo com o boletim de operações de crédito do BC (Banco Central), referente a janeiro, os aposentados e pensionistas de todo o País contrataram R$ 3,650 bilhões de consignados. No entanto, o volume foi 0,2% inferior ao mesmo mês do ano anterior.

MARGEM

Os segurados da Previdência Social podem contratar empréstimos com parcelas cujos valores se limitem a até 30% da sua renda liquida, no caso de operações em formato de empréstimos pessoais. Também existe a possibilidade de contratar por meio de cartão de crédito, que tem juros superiores, e margem de 10% da renda por mês.