Voos panorâmicos de 30 minutos ou de uma hora, por exemplo, não exigem que os interessados passem por revista ou por detectores de metais. O Estado esteve nesta quinta-feira, 27, nos hangares de duas empresas e constatou que os voos geralmente são feitos em helicópteros do modelo Robinson 44, onde cabem três passageiros e o piloto.
A viagem de meia hora custa R$ 990. Por 60 minutos, o passeio sai pelo dobro. Para voar, é preciso preencher um cadastro com informações pessoais de todos os tripulantes. No dia do voo - que só é feito com um pedido de, no mínimo, 24 horas de antecedência -, basta apresentar o RG de cada um.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o nome da LRC Táxi Aéreo, onde os criminosos alugaram dois helicópteros, aparece em "duas empresas inoperantes". As duas portarias para a operação venceram em 2004 e 2011, segundo a agência. Representantes da LRC não foram encontrados nesta quinta no hangar da empresa. Ainda de acordo com a Anac, o helicóptero de prefixo PT YJF, que, segundo a polícia, teria sido um dos usados pela facção, "é privado e não pertence à empresa LRC".
Aulas.
Um dos suspeitos de participar do esquema chegou a ter aulas de pilotagem na Escola de Aviação JR Helicópteros, que, segundo funcionários de outras empresas, fechou as portas no ano passado. A Anac informou que revogou a autorização da escola em julho de 2013. A reportagem não conseguiu contatar seus representantes.
Em outras escolas do Campo de Marte, o preço da aula varia de R$ 720 a R$ 850. Os cursos costumam ser ministrados em modelos Robinson 22, para duas pessoas. Para o curso de piloto comercial, é preciso fazer uma prova na Anac. A reportagem conseguiu passar por duas portarias sem se identificar, chegando perto da pista onde ficam as aeronaves.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que a responsabilidade sobre o acesso dos passageiros aos helicópteros é das empresas prestadoras de serviços, que são concessionárias. Por sua vez, a Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe) afirmou que não se manifestaria sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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