Política Titulo Questionamento
Rusgas entre Sidão e vereadores racham Câmara de S.Caetano

Gestão do presidente é questionada pelos colegas, que se negam a votar projeto do socialista

Cynthia Tavares
27/02/2014 | 07:12
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


 O racha entre os vereadores de São Caetano e o presidente da Câmara, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), está mais do que evidente. Os parlamentares estão insatisfeitos com a gestão do socialista, que está no segundo mandato como comandante da Casa – fica no cargo até dezembro.

Desde o começo do ano, a rusga limitava-se aos bastidores. Mas, o passar do tempo se encarregou de evidenciar o clima ruim. A prova veio na sessão de terça-feira, quando o presidente sofreu a segunda revertida dos colegas no plenário em uma semana.

O motivo para expor o problema interno foi o projeto elaborado pela mesa diretora que cria três cargos para a taquigrafia. O serviço atualmente é feito por empresa terceirizada, fator questionado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). A Câmara desembolsa R$ 14 mil por mês para a RV Taquigrafia e Eventos Ltda, responsável pelo serviço.

Os vereadores deixaram claro para o socialista que só votam a propositura da presidência se Sidão explicar as polêmicas licitações de TI (Tecnologia da Informação), locação de software e materiais de limpeza. Somente neste ano foram dois processos de compras cancelados pela Casa – TI e limpeza.

Na terça-feira, os ânimos, tensos desde a semana passada, se acirraram ainda mais. Sidão foi obrigado a suspender a sessão por causa das manifestações contra Eder Xavier (PCdoB), ex-secretário de Esporte que retornou ao Legislativo nesta semana. Porém, a parada nos trabalhos ocorreu também para o presidente tentar chegar num consenso sobre a votação do seu projeto.

Vereadores ouvidos pelo Diário contaram que Sidão permaneceu em silêncio sobre as licitações da Casa e explicou apenas o projeto da taquigrafia, o que causou a revolta. Houve bate-boca acalorado entre o presidente e alguns parlamentares. O socialista resolveu retomar a sessão após quase duas horas de paralisação, pois os colegas haviam sinalizado que aprovariam o texto.

A reunião terminou perto das 20h30, horário limite regimental para encerrar os trabalhos. Para votar a matéria, os vereadores precisariam aprovar prorrogação da sessão. Ao colocar em votação, Sidão viu 16 dos 18 colegas irem contra o pedido e, novamente, foi obrigado a encerrar o expediente sem a votação de seu projeto.

Na semana passada, nove parlamentares abandonaram o plenário para não votar a proposta do presidente. Sem quórum necessário, Sidão foi obrigado adiar a ordem do dia.

A novela envolvendo o racha político não deve ter fim na próxima sessão, apesar das aberturas dos envelopes dos certames de locação de softwares e de TI estarem marcadas para hoje. Os parlamentares estudam adiar a propositura por mais uma semana para desgastar a imagem do Sidão.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;