O Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação de São Paulo e Região decretou, em assembleia realizada ontem na porta da sede de negócios da Marfrig, em Santo André, o fim da greve. Segundo a entidade, a decisão foi tomada porque a empresa se demonstrou disposta às negociações.

Após uma reunião durante a tarde, a companhia, o sindicato e a comissão de empregados chegaram a um acordo. As sugestões devem ser apresentadas aos demais funcionários em assembleia realizada hoje.

Dentre as propostas para os trabalhadores que aceitarão ir para Itupeva, no Interior, estão o transporte cedido pela empresa e o bônus no valor de um salário, além do 13º, após completar 12 meses no local.

“Além disso, o trabalhador que estiver disposto a se mudar para lá, vai receber um auxílio-moradia no valor de R$ 1.500. Já quem vai continuar morando aqui, e vai para Itupeva com o fretado, vai receber uma hora de bônus por dia, que poderá ser retirada em folga ou horas extras”, explicou o diretor do sindicato, Rubens Gomes.

De acordo com o diretor, dos aproximadamente 280 funcionários da unidade, 120 não desejam ser transferidos para a nova unidade. A empresa garantiu que quem estiver nessa situação será dispensado com todos os direitos. “Para nós, que no início não tínhamos garantia de nada, essa já é uma grande vitória”, declarou.

Será pedido aos funcionários que não quiserem ir, porém, antes de serem demitidos, que ofereçam treinamento aos novos contratados. Segundo a entidade, a companhia vai trazer os trabalhadores de Itupeva para Santo André, antes da transferência das operações, prevista para o fim de março. “Caso não dê tempo para a empresa realizar o treinamento até a mudança, haverá um incentivo para os funcionários que se deslocarem até Itupeva, durante tempo determinado, como três meses de cesta básica, transporte por conta da empresa e bonificação de acordo com o salário”, informou Gomes.

Procurada pela equipe do Diário, a Marfrig manteve o posicionamento de que continua em negociação com o sindicato.