O desabastecimento de peças, gerado por greve dos metalúrgicos na Grande Curitiba, no Paraná, contribuiu para que a General Motors decidisse interromper a montagem de veículos na unidade de São Caetano durante esta semana.

A fabricante informou que a parada, iniciada à 0h de sábado, foi para realizar adequação do complexo industrial a problemas pontuais de produção e, também, devido à falta do suprimento de componentes por parte de um fornecedor. Ainda segundo a companhia, só será retomada a produção de veículos na planta da região na quinta-feira, dia 6, depois do Carnaval.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, pelo fato de componentes como longarinas e virabrequins terem deixado de abastecer o processo produtivo, isso obrigou a empresa a parar. Ainda segundo o dirigente, os cerca de 4.000 funcionários do chão de fábrica ficaram, de segunda até ontem, em lay-off (licença remunerada) e, nos outros dois dias, estão em day-off (folga com desconto no banco de horas).

Cidão acrescentou que o desabastecimento foi gerado por paralisação na companhia Brandl – localizada em Campina Grande do Sul, no Paraná. Os trabalhadores daquela região do País estão em período de campanha por reajuste salarial.

Outro fator que colaborou, de acordo com o dirigente, para a interrupção da montagem de carros em São Caetano, foi o mercado desaquecido. Deixando os funcionários em casa, a empresa pode adequar estoques. Cidão estima que a fábrica terá produção reduzida em mais de 5.000 veículos, por causa da parada.

Em janeiro, o setor registrou retração de 11% nos licenciamentos de carros novos na comparação com os números de vendas em dezembro.

FALTA DE PEÇAS

Por enquanto, a parada na fábrica de São Caetano não gerou falta de carros para venda, informou concessionário Chevrolet em Santo André. Já há, no entanto, falta de peças para o pós-venda, ou seja, para reparo dos veículos.