Política Titulo Oneroso
Sidão faz edital 62,8% mais caro que contrato vigente

Presidente da Câmara de S.Caetano estima locação de softwares em R$ 1,9 mi; acordo atual é de R$ 1,2 mi

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
23/02/2014 | 07:19
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Andrea Iseki/DGABC


O novo edital lançado pela Câmara de São Caetano para locação de softwares prevê contrato 62,8% maior do que o atual. O contrato vigente com a Mirasoft Tecnologia é de R$ 1,2 milhão por ano. A nova estimativa feita pelo presidente da Casa, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), é de R$ 1,9 milhão pelo mesmo período. A abertura dos envelopes está marcada para quinta-feira.

O edital em vigor é o terceiro lançado desde março do ano passado – o certame foi declarado fracassado nas duas oportunidades. Na primeira tentativa, a Câmara previu gasto de R$ 1,7 milhão, variação de 41,9%, se comparado com o acordo atual.

O lançamento do segundo certame ocorreu em julho. Na época, o Legislativo manifestou que o serviço de locação dos softwares poderia ser executado por R$ 1,5 milhão, o que diminuiu para 32,1% a diferença entre o valor da Mirasoft para o edital colocado naquele momento.

Diante de novo fracasso, Sidão esperou sete meses para tentar novamente locar 12 programas que serão utilizados por todos os departamentos da Casa. Só que, dessa vez, o gestor apresentou o valor mais alto para a execução da atividade por um ano.

Em nota, a Câmara alegou que o departamento técnico de licitações realizou estudos financeiros antes de disponibilizar as estimativas financeiras. “Foram realizadas pesquisas de mercado com base em quatro orçamentos e a média foi de R$ 1,9 milhão.” O Legislativo admitiu, entretanto, que não houve alterações no edital, ou seja, somente os valores foram alterados nas três licitações colocadas na rua.

MAIS QUESTIONAMENTOS
O problema de Sidão não se limita somente ao pregão dos softwares. Pela segunda vez, o presidente tenta destravar o processo de compras da TI (Tecnologia de Informação), que prevê locação de equipamentos e toners para impressora. A licitação foi suspensa em janeiro para modificações no edital e a abertura dos envelopes está prevista também para quinta-feira.

O certame foi dividido em cinco lotes, sendo que o último pacote prevê serviço de assistência técnica e acompanhamento das fornecedoras vencedoras dos outros contratos da licitação – função que deveria ser exercida pela Câmara. O serviço está estimado em R$ 1,9 milhão para dois anos.

Diante dos episódios, os vereadores cobram explicações do presidente sobre as dificuldades e cancelamentos. Parlamentares ouvidos pelo Diário afirmam que o presidente tem se recusado a prestar esclarecimentos, o que gerou racha político entre os colegas.

Na sessão de terça-feira, o plenário foi esvaziado pelos pares e o comandante da Casa não teve quorum suficiente para aprovar projeto da mesa diretora que cria três cargos de assessores legislativos. A atitude foi um recado direto ao socialista: a política adotada a partir de agora será de ‘toma lá, da cá’.
 




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