Economia Titulo Leão
Impostos de presentes para o
Dia dos Pais chegam a 78,43%

Tributação é alta, porque o governo considera esse tipo de
produto como supérfluo; risco é de preço restringir consumo

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
08/08/2012 | 07:21
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A mordida do Leão segue impiedosa, abocanhando até 78,43% dos valores pagos pelos presentes do Dia dos Pais. É o caso de um perfume importado de R$ 260 que, não fossem os altos tributos, custaria R$ 204 menos. Seu real valor é de R$ 56.

Um relógio de R$ 150 seria vendido por R$ 70, se não houvesse a cobrança de impostos, que chegam a 53,14% do preço do produto. Ingressos para shows também têm tributação pesada, de 40,85%. De R$ 180, o bilhete sairia por R$ 106. No caso de um televisor, por ter valor de venda maior, essa diferença fica mais escandalosa: de R$ 1.000 seria vendido por R$ 551 não fossem os 44,94% de impostos que vão diretamente para os cofres públicos. Os percentuais dos tributos foram divulgados ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, explica que a carga tributária incidente sobre os valores dos presentes é elevada porque eles são considerados itens supérfluos. "O perigo é que o preço tão elevado desses produtos ao consumidor final venha a restringir o consumo."

A classificação do governo, no entanto, é relativa, defende o economista chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo. "Quando começou a tributação sobre o preço da geladeira, ela também era considerada como supérflua", lembra. Assim ocorre ainda hoje com o forno micro-ondas, na lista dos não essenciais. "Televisão é um item supérfluo? Não. Roupas também são essenciais. E mesmo assim são fortemente tributados."

Segundo Solimeo, os impostos que mais pesam no bolso do consumidor são o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), no caso dos não essenciais, de fato, como vinho e perfume, e o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para o restante. "O ICMS ainda é cobrado mais de uma vez, em todas as etapas da produção e, inclusive, antes de ir para a prateleira."




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