O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), acredita que seu governo conseguiu realizar 90% das ações previstas no programa de governo para a atual gestão (2001-2004). Durante a prestação de contas realizada nesta segunda, o prefeito apresentou à imprensa as principais realizações da administração petista, e adiantou que pretende continuar inovando e dando prioridade aos projetos de inclusão social, caso seja reeleito em outubro. “O mandato ainda não acabou, e portanto, ainda há projetos a serem concluídos. Mas podemos avaliar que tiramos a nota nove”, avaliou o prefeito.

A implementação do bilhete único a partir de setembro foi uma das promessas que Avamileno fez durante a prestação de contas como forma de concluir as ações previstas no programa de governo. O sistema de integração do transporte municipal deveria ter sido colocado em prática no início do mandato, mas o projeto nunca saiu do papel.

O atraso na implementação do bilhete único foi alvo de várias críticas de vereadores, uma vez que em 2001 houve aumento na passagem para cobrir os custos do novo sistema. A integração permitirá ao usuário pagar uma única tarifa para fazer várias viagens num período de tempo pré-determinado. O bilhete único já está em prática na Capital, e será uma das principais bandeiras da candidatura à reeleição da prefeita Marta Suplicy (PT).

Entre realizações do governo petista nos últimos três anos e meio, o prefeito destacou as ações no combate às enchentes, como o tratamento de 30% do esgoto da cidade. Segundo Avamileno, em Santo André não tinha tratamento de esgoto até 2001. Avamileno também destacou o Programa Santo André Mais Igual, uma ação articulada que integra 19 programas sociais. No total, o programa atendeu seis mil famílias, beneficiando 26,5 mil pessoas em sete núcleos habitacionais.

Na área da Saúde, o governo destacou o aperfeiçoamento do sistema de urgência e emergência com a reforma do Pronto Atendimento Central, que atualmente atende 15 mil pessoas por mês. Com a inauguração do Pronto Atendimento da Vila Luzita, que será entregue em breve, a previsão do governo é de realizar mais de 21 mil consultas por mês. Porém, um dos maiores problemas da cidade é a falta de leitos em hospitais credenciados ao SUS (Sistema Único de Saúde). A queda foi de 70% nos últimos 11 anos. Em 1992, a cidade tinha 1.263 leitos, atualmente são 375, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

A área da Educação foi outro destaque na prestação de contas. A construção de seis Cesas (Centros Educacionais de Santo André) foi classificada como a principal realização do governo, e deverá ser usada como uma das principais bandeiras da campanha à reeleição. Outros quatro Cesas ainda estão em construção. A ampliação da rede de ensino, com a inauguração de três escolas e uma creche, fez com que o atendimento crescesse de 32.856 pessoas em 2001 para 37.227, neste ano. Ainda assim, o município tem 1,9 mil crianças na fila de espera por vagas.

Oposição – Na avaliação do líder do PL na Câmara, Luiz Zacarias, as declarações do prefeito não traduzem a realidade, principalmente porque muitas das reivindicações do Orçamento Participativo não foram atendidas. “Vou fazer um requerimento para saber os números”, afirmou. Segundo dados apresentados pelo prefeito, em oito anos de realização consecutiva do Orçamento Participativo, foram incorporadas 252 demandas, sendo que 200 foram concluídas, 34 estão em andamento e 18 a realizar. O vereador Fernando Gomes (PTB) também não acredita que foram realizados 90% das ações do programa de governo porque houve queda na receita do município em 2003, de R$ 800 milhões para R$ 650 milhões. “Se não arrecadaram o que estava previsto, como puderam executar obras?”, questionou.