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Com nova diretoria, Avape espera ampliar números em 2014

Entidade foca na inserção de pessoas com qualquer
tipo de deficiência no mercado de trabalho

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
17/02/2014 | 07:18
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Qualificação e uma chance. É disso que os deficientes precisam para serem mais independentes e desenvolverem o potencial que cada um possui. Pensando nisso, a Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência) tem desempenhado papel fundamental na região há 32 anos.

No ano passado, para se ter ideia, foram abertas 800 vagas em cursos nas áreas administrativa, de atendimento e finanças pessoais. “Esses números refletem cenário estável e, em 2014, merecem o desafio de serem ampliados ainda mais”, aponta Carlos Ferrari, presidente da Avape.

Com esse trabalho, a inclusão de deficientes no mercado de trabalho é uma realidade. Por ano, cerca de 2.000 pessoas com necessidades especiais são contratadas com carteira assinada, principalmente no Estado de São Paulo. Desse total, 30%, ou seja, 600 profissionais, são do Grande ABC.

“Estamos em um momento em que devemos nos reinventar. Assumimos uma nova administração desde abril e queremos resgatar a imagem da Avape, colocar essa associação nos trilhos novamente, buscando o equilíbrio financeiro, principalmente. Por isso, contamos fortemente com o apoio do Estado e das prefeituras. Todos estamos mais atentos para essa causa”, destaca Ferrari.

Atualmente, 70% dos clientes da Avape são empresas estatais. “Ajudamos as companhias a recrutar e a receber um deficiente. Então, se estabelece uma parceria. Além disso, contamos com doadores que nos ajudam, e temos um call center – vendemos esse serviço a diversas empresas. Assim sobrevivemos”, explica.

MERCADO - O gerente nacional de inclusão da Avape, Marcelo Vitoriano, sinaliza que, apesar de muitas pessoas já terem conquistado um lugar no mercado de trabalho, muito há para se fazer. “Todas as empresas que em vez de apenas cumprirem a Lei de Cotas criaram alternativas para incluir pessoas, obtiveram sucesso. A regra é mais simples do que se imagina. Mas, é preciso ter boa vontade. Às vezes, o que falta é uma rampa ou um software para que o profissional com deficiência consiga trabalhar tanto quanto as demais.”

Até hoje, a entidade inseriu no mercado 23 mil pessoas, aproximadamente. “Temos grandes parceiros, como Fenaban, Microsoft, Citibank e Mastercard”, elenca Vitoriano.

FOCO - Dentre os cursos mais requisitados pelos deficientes, o foco está nos setores administrativo, de beleza e estética, tecnologia, bancário, recepção, almoxarifado, telemarketing, vendas, faturamento, manutenção predial, hotelaria, lavanderia, turismo e hospitalidade, alimentação de linha de produção, logística, vestuário e pet shop.

Toda pessoa que tem alguma deficiência e está em situação de vulnerabilidade social, tanto homens e mulheres, sem limitação de idade, pode se cadastrar na Avape. A inscrição é feita por meio do telefone (4993-9200), ou pela internet (www.avape.org.br/mapa).


Com base em dados, projeto ajuda a encontrar deficientes

De um lado existem mais de 46 milhões de pessoas com deficiência. Do outro, organizações de apoio e milhares de empresas que desejam e precisam cumprir a Lei de Cotas. Para identificar quem são, onde estão e qual o tipo de deficiência dessas pessoas, a Avape aposta na força da internet e lança uma plataforma colaborativa on-line chamada Mapa (Movimento Avape pela Ação).

Com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), por meio do Fumin (Fundo Multilateral de Investimentos), a solução inclui georreferenciamento e prevê a identificação dessas pessoas por meio de um cadastro. O diferencial do Mapa está no fato de ser uma plataforma aberta, ou seja, todos os dados ali inseridos poderão ser utilizados por quem tiver interesse.

A Avape, em parceria com sua rede de licenciadas, irá promover a conexão desses atores. Desta forma, amplia as chances de empregabilidade e inclusão social de cada pessoa com deficiência nas 16 cidades onde a associação está presente, ao mesmo tempo em que ajuda as empresas a cumprirem a Lei de Cotas (que completará 23 anos em julho).

De acordo com Carlos Ferrari, presidente da Avape, o Mapa foi concebido para mostrar que cada indivíduo, independentemente da sua relação com o universo da pessoa com deficiência, pode ser protagonista na causa da inclusão social.

Segundo Marcelo Vitoriano, gerente nacional da Avape, há milhões de jovens e adultos cegos, surdos, com deficiências físicas e intelectuais, ansiosos e dispostos a ingressar em um mercado que hoje vive problema de crescimento, gerado pelo gargalo da mão de obra. “É hora de superarmos o deficit de anos e intensificarmos táticas que possam conjugar capacitação e inserção.”

Serviço: Quem deseja se cadastrar deve acessar: www.avape.org.br/mapa
 




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