Economia Titulo No Grande ABC
Emprego na indústria da região tem 7ª queda seguida

Em janeiro, foram eliminadas 900 vagas; nos últimos
12 meses, a redução é de 9.700 postos de trabalho

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
14/02/2014 | 07:07
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A indústria no Grande ABC começou o ano com fechamento de postos de trabalho. É o que aponta pesquisa do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), que registra, em janeiro, o sétimo mês seguido de redução no nível de emprego industrial na região.

Pelo levantamento, que toma como base informações passadas pelas empresas associadas às diretorias regionais do Ciesp, foram eliminadas aproximadamente 900 vagas no mês, o que significou variação negativa de 0,26% em relação ao contingente total empregado nas fábricas dos sete municípios em dezembro.

As principais contribuições para a variação negativa vieram dos setores de produtos de borracha e de material plástico, itens de metal e veículos automotores e autopeças.

Entre as regionais da entidade, a maior retração ocorreu na de Santo André (que abrange empresas desse município e também de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), que registrou a redução de 500 empregos. Para o secretário andreense de Trabalho e presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha, isso se explica, já que as montadoras estavam com produção em alta no segundo semestre e, atualmente, colocaram o pé no freio para desovar estoques. “Agora só estão vendendo o que já fabricaram. As autopeças sentem isso”, diz. Ele cita que, sem encomendas para atender as fabricantes de veículos, as fornecedoras foram obrigadas a demitir. “A gente espera que isso se reverta neste mês.”

No entanto, o cenário é preocupante, segundo representantes do empresariado. O vice-diretor da regional do Ciesp de Santo André, o empresário Anuar Dequech Júnior, afirma que, mesmo com a valorização cambial (a alta do dólar, que chegou à casa dos R$ 2,40), as perspectivas não são boas, já que os produtos importados continuam ingressando com força no País. “Ainda vale mais a pena trazer de fora. O País tem altos impostos e não possui política industrial”, avalia. Ele acrescenta que alguns segmentos até chegaram a contratar ao longo de 2013, mas acabaram dispensando no fim do ano.

Em janeiro, na comparação com o contingente de empregados 12 meses atrás, a indústria está com 9.700 postos a menos na região. Anuar observa ainda que, em meio à forte competição com os itens de outros países, as companhias procuram elevar a produtividade, investindo na automatização dos processos fabris, para reduzir custos, o que também colabora para o enxugamento do quadro de pessoal.

Para o diretor da regional de São Bernardo, Hitoshi Hyodo, a situação é crítica, uma vez que janeiro é tradicionalmente um mês de ajustes, com viés de contratações. “De 2010 a 2013, os índices sempre foram positivos e, em 2014, infelizmente voltamos a ter índice negativo, o que representa um preocupante alerta”, diz Hyodo. Nesse município, houve a eliminação de 250 postos no mês passado e, ante mesmo período de 2013, a retração foi de 2.000 vagas.
 




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