Candidato a vice-prefeito de Diadema por duas vezes na chapa do ex-deputado José Augusto da Silva Ramos (PSDB), Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), mudou. A ponto de dizer que as gestões petistas transformaram para melhor a cidade. Está muito diferente daquele socialista que por vezes alfinetou o PT nas eleições de 2004 e 2008.

Adelson tem atuado como militante petista, embora no PSB. Participa da maioria das atividades políticas do prefeito e candidato à reeleição, Mário Reali (PT). Não se cansa de elogiar a administração petista. Chegou a dizer que "tinha orgulho de apoiar uma administração que mudou a cara de Diadema, que a deixou mais humana". Em troca, recebe afagos públicos de Reali.

Ao lado de José Augusto, Adelson foi um dos políticos mais críticos durante a hegemonia petista em Diadema - dos últimos 30 anos, o PT só não geriu o município entre 1997 e 2000, quando Gilson Menezes governou a cidade pelo PSB. Em 2008, o socialista protagonizou as principais críticas aos petistas.

Indagado sobre a possibilidade de o ex-presidente Lula participar da campanha a favor de Reali há quatro anos, Adelson reclamou da postura do ex-chefe da Nação. "Tenho enorme admiração pelo Lula, mas acho isso desrespeito, porque ele não é presidente do PT e sim da República. Perante ao eleitor, não tem nada a ver, porque todos esperam melhorias na Saúde, Segurança e emprego. E essa chapa petista está no poder da cidade há oito anos e não consegue atender essas demandas", disse à ocasião.

Sobre a participação de outros políticos do governo federal na campanha de Reali em 2008, Adelson também foi ácido. Quando a então ministra da Casa Civil, a atual presidente Dilma Rousseff, cogitou a participação em atividades eleitorais em Diadema, Adelson assim avaliou a situação: "Ela (Dilma Rousseff) veio brincar na casa da gente. Clientelismo é o que mais tem em Diadema com o PT. Vinte e quatro horas."

As reclamações não eram apenas direcionadas ao PT, que hoje ele exalta. Também tinham endereço para Gilson Menezes, que em 2008 concorreu a vice pelo PSC. Atualmente, Adelson credita Gilson como uma "bandeira do Partido Socialista Brasileiro". "O Gilson sempre foi um ditador e administrou pessimamente a cidade, sem respeitar o plano de governo do partido", comentou quatro anos atrás, ao analisar o governo de Gilson, entre 1997 e 2000, pelo PSB.

Os ataques do presidente do PSB de Diadema a Gilson não ficaram restritos ao período eleitoral. Antes de acertar o ingresso da sigla na base de apoio a Reali e comandar a Secretaria de Segurança Alimentar, Adelson afirmou: "O PSB de Diadema não aceita o Gilson, que nos decepcionou. Aliás, ele troca mais de partido do que de roupa. O PSB não está a leilão."