Economia Titulo Convênios
Operadoras de saúde
são multadas em R$ 3 mi

Comercialização de 268 planos de saúde segue suspensa, no
mínimo, até próximo relatório, que será realizado em setembro

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
07/08/2012 | 07:25
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A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informou ontem que distribuiu cerca de R$ 3 milhões em multas para as 37 operadoras que tiveram a comercialização de 268 planos de saúde suspensas em julho. Segundo o órgão regulador, cada uma das empresas recebeu autuação que varia entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.

As punições ocorreram em resposta ao descumprimento reiterado de norma da agência relacionada aos prazos previstos para atendimentos de consultas. Desde o ano passado, as operadoras devem cumprir períodos máximos para atender os seus beneficiários, seja por rede própria, seja por credenciados.

Segundo a ANS, as empresas só terão a comercialização dos planos, incluídos na proibição, liberada se atingir melhor avaliação em relação ao cumprimento dos prazos máximos em setembro. Isso ocorre porque a cada três meses a agência desenvolve relatório do acompanhamento do cumprimento da norma de garantia do atendimento. E a próxima divulgação está prevista para o nono mês deste ano.

VENDA - Além das penas já aplicadas às 37 operadoras, a ANS informou que em caso de constatação de venda de planos suspensos, a agência multará, mais uma vez, a empresa no valor de R$ 250 mil. E "poderá tomar as demais medidas administrativas previstas na regulamentação como a instauração de direção técnica ou o afastamento dos dirigentes da operadora", concluiu.

Por isso, os consumidores que suspeitarem que lhes foi oferecido convênio com a venda suspensa devem denunciar para a ANS. Para saber se o plano entrou na proibição, é necessário buscar a relação pelo site da agência - www.ans.gov.br, na seção ‘Planos de Saúde e Operadoras e depois da guia Contratação e Troca de Plano'.

PRAZOS - Atendimentos de urgência e emergência devem ser imediatos, determina a ANS. As consultas básicas, como pediatria e clínica média, têm prazo de até sete dias. Especialidades menos comuns têm até 14 dias para atender e as operadoras deverão marcar os serviços de saúde, como fonoaudiologia e fisioterapia, em até dez dias.

Na região, segundo o diretor do Procon de São Caetano, Emerson Prescinotto, as reclamações corriqueiras sobre as operadoras, no balcão do órgão de defesa do consumidor, são, na maioria, relacionadas às cobranças indevidas e abusivas.

"Também acompanhamos alguns casos de corretores que tentam forçar as pessoas a trocarem de planos de saúde afirmando que esses se encaixam melhor ao perfil e, muitas vezes, as pessoas perdem a qualidade de atendimento que tinham", explicou.

 

GreenLine investe R$ 1,5 milhão em Sto.André

Com a comercialização de 36 planos suspensa pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a GreenLine Sistema de Saúde assume que errou, tenta converter a situação e está prestes a inaugurar um centro médico, em Santo André, com investimento de R$ 1,5 milhão.

A operadora, uma das 37 que receberam a multa de cerca de R$ 80 mil da ANS, tem forte atuação no Grande ABC. São 110 mil beneficiários. "E pretendemos dobrar esse número", afirmou a gerente de atendimento ao cliente, Madalena Amboage Orsida. Atualmente conta com unidades médicas e hospitalares em São Bernardo, Diadema, mas atendem nas sete cidades com os credenciados.

Para aumentar sua carteira, diretriz que já fazia parte do planejamento anual, a operadora está aumentando "consideravelmente" a sua rede de credenciados - que são as clínicas, médicos e laboratórios que não são da rede GreenLine mas prestam serviço para ela -, afirmou o diretor médico e administrativo, Clóvis Otavio Miranda Ferreira.

"Erramos na estratégia. E assumimos isso, tanto que estamos seguindo corretamente a determinação da ANS. O problema é que a nossa demanda da rede própria (hospitais e centros médicos controlados pela empresa) foi muito além do que esperávamos. Os clientes que buscavam a rede credenciada acabaram preferindo nossa rede própria e isso gerou certo grau de insatisfação", declarou Ferreira.

Diretora comercial, Suzy Moço garantiu que um dos principais objetivos da GreenLine é fidelizar seus clientes oferecendo qualidade. Ferreira acrescentou que, geralmente, enfrentam a dificuldade dos prestadores de serviços, no caso os médicos, não terem agenda para atender a solicitação no prazo estipulado pela ANS. "Falta regulamentação para os prestadores também", criticou.

Em relação a essa crítica, a ANS disse que "não interfere na agenda dos prestadores de serviços médicos e que as operadoras de planos de saúde têm a obrigação de oferecer a assistência médica contratada pelos seus beneficiários".




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