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Cresce rixa entre agentes e delegados da PF
08/02/2014 | 09:15
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A quatro meses da Copa do Mundo no Brasil, divergências salariais e falta de concordância sobre a hierarquia na Polícia Federal criaram uma rixa que tem prejudicado a atuação da instituição no País. De um lado estão os delegados. De outro, os agentes, escrivães e papiloscopistas.

Como resultado do embate, surgem casos de policiais que se recusam a cumprir ordens durante operações, inclusive em grandes eventos.

Um exemplo de que os atritos entre as categorias não são raros pôde ser observado na manhã desta sexta-feira (07) em Brasília. Enquanto agentes, papiloscopistas e escrivães protestavam por melhores condições de trabalho na frente da Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal, um delegado chegou de carro e avançou com o veículo em direção a manifestantes que ocupavam parcialmente o acesso ao prédio.

Logo, um dos agentes se exaltou e iniciou um bate-boca com o delegado, que acabou retirando o veículo do local. Ao Estado, o agente disse que tem boas relações com diversos delegados, mas afirmou que muitos deles são "petulantes" e "provocativos". "O pessoal está com os nervos à flor da pele e não aguenta mais provocações."

O protesto fez parte de uma mobilização nacional e há previsão de um dia de greve, na próxima terça-feira, além de outros dois dias no fim de fevereiro. A paralisação, entretanto, será feita apenas pelos agentes, papiloscopistas e escrivães. Em 2012, a categoria rejeitou um aumento de 15,8% proposto pelo governo após 69 dias de greve. A mesma proposta foi aceita pelos delegados e peritos, que passaram a receber o salário reajustado.

Desde então, a divisão entre os dois grupos se fortaleceu. Em dias de greve, uma parcela dos policiais interrompe os trabalhos e a outra continua atuando. Agentes reclamam que, dessa forma, os delegados enfraquecem o movimento grevista. Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, os delegados estão simplesmente cumprindo suas tarefas. "Fizemos um acordo com o governo, temos uma Copa a realizar e a Polícia Federal tem de continuar funcionando", disse. Segundo ele, em dias de paralisação, aqueles que mantêm suas atividades acabam trabalhando em dobro.

Ribeiro garante que os casos de agentes que se recusam a realizar tarefas são pontuais. Em alguns casos, os policiais, que precisam estar à disposição 24 horas por dia, desligam seus celulares pessoais com o argumento de que não querem arcar com custos que deveriam ser da Polícia Federal. Em outros casos, policiais se recusam a embarcar em missões.

Hierarquia

O segundo ponto de tensão entre as categorias está na divergência sobre os conceitos de estrutura hierárquica. Os delegados entendem que a PF deve ser comandada por delegados e a execução das atividades deve ser feita pelos agentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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