Caso aconteceu na Prainha do Alvarenga, em
S.Bernardo, e foi registrado na tarde de ontem
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Uma semana após cinco jovens se afogarem no Tancão da Morte, em Santo André, a região registrou ontem mais um caso de adolescente morto após se arriscar nadando em local não permitido. Morador do Sítio Joaninha, em Diadema, Michael de Oliveira Mota, 17 anos, perdeu a vida na Prainha desativada do Alvarenga, em São Bernardo. É a oitava vítima fatal em sete dias.
O local é o mesmo onde, no domingo, Waldeir Moreira de Alvarenga, 20, morreu afogado (leia abaixo).
Michael estava com três amigos nadando, por volta das 16h, quando a madeira de um balanço usado pelos jovens para mergulhar quebrou. Segundo policiais militares que atenderam a ocorrência, o adolescente caiu com grande impacto na lama que permeia o fundo da Represa Billings, o que dificultou seu retorno à superfície.
O helicóptero Águia da corporação e uma equipe de bombeiros ajudaram no resgate do corpo. Evangélico, o jovem fazia supletivo do Ensino Médio à noite para poder ganhar seu próprio dinheiro ajudando o tio na função de pintor no restante do dia. Ontem ele estava de folga. Um presente pelo aniversário festejado na sexta-feira.
Michael era filho único e ao saberem da notícia, seus pais precisaram passar por atendimento médico no Hospital Municipal de Diadema. “Foi surpreendente sim, ele não avisou ninguém aonde ia. Ninguém sabia que ele estava aqui”, disse a tia do jovem, a cozinheira Elaine Cristina da Silva, 36, chorando após reconhecer o corpo.
“Só guardaremos coisas boas dele. Era um jovem educado, que estava realizando seus sonhos. Uma pessoa de um coração imenso”, disse o vizinho, o soldador Antônio Alves Costa, 42.
Há oito anos morador da casa ao lado da do jovem, ele guardará a amizade de Michael com seu filho, de 16. “Era como um filho para mim também. Sempre ia dormir em casa. Está todo mundo abalado”, disse.
Diversas crianças e adolescentes do bairro de Michael foram ao local após saber da notícia. Todos eles confirmaram que é comum os jovens nadarem no local. “Medo a gente sempre teve. Mas é aquilo: a gente acha que não acontece com um de nós. Agora, não volto mais aqui”, disse Frank da Silva, 16.
Mortes no tancão deram início à série trágica deste verão
Ontem completou uma semana da morte dos cinco jovens que se afogaram no Tancão da Morte, em Santo André. Os adolescentes, com idade entre 12 a 17 anos, foram os primeiros de uma trágica estatística para a região: em sete dias, oito pessoas morreram em represas da região.
Até aqui, Waldeir Moreira de Alvarenga, de São Bernardo, é a mais velha das vítimas fatais, com 20 anos. No domingo, o morador do bairro Parque Ideal nadava no mesmo local em que Michael morreu. Ele atravessou de uma margem à outra da represa de barco, com amigos, e decidiu voltar nadando. A suspeita é que tenha sentido cãibras.
No mesmo dia, na Prainha do Riacho Grande, também em São Bernardo, Natanael Francisco Lopes, 18, se afogou. Morador do Jardim Oratório, em Mauá, mesmo bairro das cinco jovens vítimas do Tancão da Morte, ele chegou a ser socorrido até ao Pronto-Socorro Central da cidade, mas não resistiu.
Amigos garantem que o jovem não ultrapassou os limites demarcados no local.
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