Em reunião ontem da bancada de sustentação, o vereador de Santo André José de Araújo (PMDB) foi escolhido como líder do governo na Câmara. O peemedebista, que era o favorito para ocupar o posto, teve adesão dos parlamentares que compõem a base de apoio – atualmente são, oficialmente, 14 integrantes no grupo – e tem a simpatia do prefeito Carlos Grana (PT). Ele será efetivado à função a partir da sessão de hoje, fazendo a defesa do Executivo e interlocução de projetos do Paço com o Legislativo.

No sétimo mandato, Araújo é o vereador mais experiente da atual legislatura. Esse requisito contribuiu para a indicação. Sem contar a ala petista, a maioria da base está formada por novatos no Parlamento. A estratégia petista também se deu por entregar o bastão ao peemedebista visando ampliar a força dos aliados – o PMDB possui dois parlamentares na bancada, incluindo Sargento Juliano –, ajudando a colocar panos quentes em eventual clima mais acalorado, que pode ser provocado devido ao ano eleitoral.

Araújo esteve na mesma posição na gestão Aidan Ravin (PSB). Na administração do ex-petebista, ele também ocupou a presidência do Legislativo, o que levou o parlamentar, nos bastidores, a auxiliar na campanha do então prefeito, na empreitada pela reeleição. Com a derrota do socialista na eleição de 2012, o peemedebista trocou de lado. Agora, sofre processo de comissão de ética interna do PMDB, acionado pela executiva de Santo André, chefiada por Nilson Bonome, que requer sua expulsão ao alegar infidelidade partidária.

Grana era o único dos sete prefeitos do Grande ABC que, até o momento, ainda não tinha indicado nome para exercer a função no atual mandato. Apesar disso, a ausência não resultou em grandes entreveros na Casa. Pelo contrário. O petista teve 70 projetos avalizados pelos vereadores no exercício em que debutou à frente do Executivo. O breve período de oposição, que durou cerca de quatro meses na Câmara, teve pouco saldo negativo frente ao número de aprovações de propostas elaboradas pelo governo.

COMISSÕES
Na sessão de retorno do recesso parlamentar, hoje, os parlamentares definirão os componentes das comissões permanentes do Legislativo, que se renova a cada ano. São sete ao todo, integrada por três vereadores. Faltam detalhes a serem acertados. A tendência é que o PMDB e o PT tenham mais espaço, uma vez que na primeira ocasião ficaram de fora dos blocos importantes. Na oportunidade da seleção, os peemedebistas não haviam sido empossados por conta de imbróglios na Justiça Eleitoral.

A proposta é que desta vez a nomeação seja mais equilibrada, especialmente nas duas comissões mais importantes como Justiça e Redação e Finanças e Orçamento, atualmente nas mãos de parlamentares do PTB e PSB, respectivamente.