Economia Titulo Crédito
Financiamento de veículos tem queda maior na região do que no resto do País

Enquanto no Grande ABC recuo foi de 8%
em 2013, mercado nacional teve baixa de 3%

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
04/02/2014 | 07:07
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O maior rigor dos bancos para a aprovação de financiamentos de veículos colaborou para que houvesse redução expressiva no volume de compras a prazo no segmento automotivo no Grande ABC, segundo especialistas.

O recuo no crédito para aquisições de carros na região foi maior (da ordem de 8%) do que em todo o País (queda de 3%), de acordo com dados da Cetip, empresa que opera o Sistema Nacional de Gravames – base integrada de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos utilizadas como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.

Nos sete municípios, se forem contabilizados apenas os automóveis zero-quilômetro, a retração chega a 12% e, no caso dos comerciais leves (picapes e utilitários) novos, foi de 8%, enquanto no restante do País, os veículos leves (incluindo as duas categorias somadas) zero tiveram retração de 1%.

De forma geral, ao alto nível de inadimplência entre os consumidores fez com que se tornasse mais difícil a obtenção de crédito bancário, cita o consultor Julian Semple, da consultoria Carcon Automotive.

Marcus Lavorato, gerente da Cetip, cita que os atrasos nos pagamentos na área de veículos iniciaram processo de redução ao longo de 2013 – chegaram a 7% em 2012 e agora está em 5,3% –, mas os bancos seguem mais seletivos. “Há uma reestruturação, mas o mau pagador demora para sair da carteira dos bancos.”

Junto com a maior dificuldade na aprovação das fichas dos clientes, os bancos também limitaram o volume de prestações. Em dezembro, de acordo com a Cetip, o prazo médio de financiamento de novos caiu para 38 meses. Um ano antes, estava em 40 meses. “Com isso, a parcela tende a ser maior, e crescem as restrições”, diz Semple.

Em relação aos sete municípios, o consultor acrescenta que outros fatores podem ter influído para o pior desempenho do financiamento, como a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) regional e o desemprego. Houve, por exemplo, em 2013, perda de postos de trabalho no setor industrial, que paga, em média, salários mais altos que outros segmentos. Foram eliminados 1.687 postos com carteira assinada na região no ano passado.

O cenário parece ruim, mas há especialistas que veem bons motivos para o consumidor da região ter procurado menos o financiamento do que o público de outras partes do País. “O Grande ABC tem um grau de saturação maior (nesse mercado)”, avalia, referindo-se ao fato de a frota da região ser mais nova.
 




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