Economia Titulo TI
Telefônica e FEI abrem centro de pesquisa de internet das coisas

Local desenvolverá sensores para ligar
todo tipo e produto e equipamento à web

Pedro Souza
Diário do Grande ABC
04/02/2014 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


A quantidade de vezes que uma luz em acionamento por movimento se acende, quantos carros passam cada vez que um semáforo fica verde. A tecnologia para essas medições já existe, serve de porta de entrada para que os técnicos desenvolvam a sua evolução fazendo interface com o mundo on-line, e vem sendo chamada de internet das coisas. A região foi escolhida pela Telefônica Vivo, em iniciativa pioneira no País pela operadora, para ser um polo criativo da internet das coisas. A empresa, junto ao Centro Universitário FEI, inaugura em março um centro de pesquisa com a oferta de bolsas de estudos dentro da instituição de ensino.

A Vivo não revela o montante a ser investido. A FEI, por sua vez, não mensura o aporte em valores monetários, mas deixa claro que será responsável pela disponibilização da estrutura do centro. A previsão da universidade é de que o local tenha, pelo menos, quatro anos de duração, tendo em vista que a operadora de telecomunicação vai patrocinar os mestrandos e doutorandos que se dedicarão exclusivamente ao centro.

Na prática, o local produzirá conhecimento sobre dispositivos que ligarão qualquer tipo de coisa à internet. Não há limite para o desenvolvimento dessas tecnologias, garantiu o coordenador técnico do projeto do centro, Rodrigo Filev Maia. “O que nós decidirmos que pretendemos fazer, já fomos informados que a empresa está aberta para discutir a possibilidade.”

O gerente de divisão de recursos e inovação da Telefônica Vivo, Wesley Nogueira Schwab, acrescentou que existe a tendência de que os projetos a serem desenvolvidos no centro atendam à demanda da empresa e ao segmento de operações em telecomunicação. E lembrou que, além de ligar tudo à internet, esses dispositivos e seus sensores também poderão estar ligados a centros de processamentos de dados para que as informações captadas ou enviadas sejam tabuladas, e possam contribuir para o avanço tecnológico das próprias aplicações.

Diretor do Ipei (Instituto de Pesquisa e Estudos Industriais da FEI), Vagner Barbeta comemorou. “Eles acabaram encontrando no Grande ABC a competência para tocar um projeto como esse. Isso é muito importante para a região.”

Barbeta disse ainda que faz parte do conselho técnico científico do Parque Tecnológico de São Bernardo, projeto que pretende aproximar o setor privado às instituições de ensino, em um só local, para garantir ampla produção tecnológica das parcerias. Ele garantiu, no entanto, que o centro de pesquisa da FEI com a Telefonica não está relacionado ao projeto, que tem envolvimento da prefeitura. “Mas isso é característico do parque tecnológico, que tem como objetivo essa aproximação. Por enquanto, isso ainda não foi discutido. Nada impede, entretanto, de que se o centro de pesquisa crescer, no futuro, ele seja transferido para o parque tecnológico”, explicou Barbeta.

EXEMPLOS - Os acadêmicos citaram vários exemplos de equipamentos que se enquadram no conceito internet das coisas e que poderiam ser desenvolvidos ou modificados no centro de pesquisa. Entre eles, um sistema meteorológico integrando telecomunicações com sensores, por exemplo, que traria muito mais exatidão e facilidade da divulgação de eventos climáticos. Outro, são roupas esportivas com sensores que transmitem, ao vivo, os movimentos de atletas para computadores, que vão processar a informação para avançar cada vez mais o modelo, pontuou Maia. “Se você parar para pensar, esses dispositivos podem estar em qualquer tipo de coisa. Ter internet se comunicando com geladeiras. Já existem televisores conectados à web. Ou sistemas de aquecimento com termostato, que pode interagir pela internet. Não estamos falando só de pessoas com máquinas, mas também de máquinas com máquinas”, disse Barbeta.




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